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Polícia Brasil
Quarta - 06 de Junho de 2007 às 08:27

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A Polícia Federal de Mato Grosso do Sul ouve nesta quarta-feira os depoimentos de Nilton Cézar Servo e seu filho, Victor Servo, presos ontem em Uberlândia (MG), na Operação Xeque-Mate.

A operação, deflagrada na segunda-feira nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais, prendeu, ao todo, 79 acusados de envolvimento em crimes como contrabando de peças para máquinas caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas.

O primeiro inquérito policial tinha por objetivo apurar a prática de contrabando e descaminho de componentes eletrônicos para a utilização em máquinas caça-níqueis. A suposta quadrilha --que agia nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rondônia-- pratica os crimes de contrabando e descaminho, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, formação de quadrilha, tráfico de influência e exploração de prestígio.

O segundo inquérito policial apurava a corrupção de policiais civis e seu possível envolvimento com tráfico de drogas no Estado do Mato Grosso do Sul. Segundo a PF, surgiram "alvos" comuns nos dois inquéritos e suas ações coincidiam nos atos criminosos dos grupos ligados à "máfia dos caça-níqueis".

Operação

Na segunda-feira, dia da Operação Xeque-Mate, a Polícia Federal prendeu 77 pessoas. Ontem, no entanto, a PF anunciou a prisão de mais duas pessoas --Nilton Cézar Servo e seu filho, Victor Servo.

Cézar Servo --apontado como suposto chefe da máfia dos jogos-- é investigado por ser dono de máquinas de caça-níqueis em vários Estados e teria ligações com o irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, que foi indiciado pela PF por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário.

Além de Vavá, Servo também seria ligado ao compadre de Lula, Dario Morelli Filho --preso durante a Operação Xeque-Mate. Os dois seriam sócios em uma casa de jogos na Baixada Santista.

Vavá

A Polícia Federal realizou na segunda busca e apreensão na casa de Vavá, em São Bernardo, no ABC Paulista. A PF pediu a prisão do irmão de Lula, mas a Justiça indeferiu o pedido alegando que o tráfico de influência e a exploração de prestígio não beneficiaram a máfia dos caça-níqueis e que ele não faria parte da quadrilha.

O advogado de Vavá, Benedicto de Tolosa Filho, disse que seu cliente foi envolvido na operação por conta de um telefonema que recebeu de Cézar Servo.

Segundo Tolosa Filho, a conversa entre Vavá e Servo teve "caráter pessoal". "Eles se conhecem há muito tempo. Servo gostava muito do meu cliente, que é uma pessoa muito simpática."

Lula

Ontem, o presidente Lula elogiou o trabalho da Polícia Federal realizado na Operação Xeque-Mate, mas disse não acreditar no envolvimento de seu irmão com o esquema.

"Não acredito que ele tenha envolvimento com qualquer coisa. Agora, como presidente da República, se a Polícia Federal tinha uma autorização judicial e o nome dele aparecia, paciência", disse na Índia.

Na ocasião, Lula pediu que a polícia tenha serenidade nas investigações para que não condene inocentes e não venha a absolver culpados.

Segundo o Blog do Josias, o ministro Tarso Genro (Justiça) telefonou na noite de domingo para o presidente Lula, em Nova Déli, para avisá-lo sobre o mandado de busca e apreensão que seria realizado na manhã do dia seguinte na casa de seu irmão.

No entanto, ontem pela manhã, o presidente Lula afirmou que ainda não havia recebido informações sobre o caso.





Fonte: Folha Online

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