30% dos sul-africanos não crêem na aids, diz pesquisa
A pesquisa constatou que 30% dos sul-africanos jovens e solteiros que têm relações sexuais - que formam o grupo com maior risco de infecção pelo HIV - consideram que a aids não existe, e também estão errados sobre as formas de contágio da doença.
A diretora da Markinor, Mari Harris, disse que algumas das pessoas deste grupo consideram que a aids é transmitida pela picada de mosquitos, como a malária. A enquete mostrou que, nos últimos cinco anos, aumentou na África do Sul o número de pessoas pertencentes a este grupo de maior risco, de 22% da população total (em 2002) para 30%.
Além disso, segundo este estudo, as pessoas deste perfil questionam a relação entre a prática do sexo e o contágio com o HIV, e muitas vezes têm vergonha de usar preservativos, ou não os usam porque consideram que o sexo é mais prazeroso sem eles.
Os dados também constataram que mais da metade dos sul-africanos, 60% da população, considera que o governo está lidando com o problema da aids "muito bem" ou "bastante bem", e aprovam as políticas de combate à doença.
Nos últimos anos, em algumas cúpulas internacionais sobre a aids, algumas organizações sanitárias criticaram o papel do Governo sul-africano no combate à doença, por considerar que as autoridades da África do Sul ignoravam ou menosprezavam o assunto.
A pesquisa foi feita durante seis anos, em entrevistas com 3,5 mil pessoas de mais de 16 anos, de diferentes zonas do país e com perfis econômicos e sociais diferentes. A Markinor é uma das empresas mais importantes da África do Sul na elaboração de enquetes, e a pesquisa mais recente coincide com o início hoje da Conferência Sul-Africana sobre a Aids, na cidade de Durban.
Segundo números das Nações Unidas, a África do Sul é o segundo país do mundo - depois da Índia - com o maior número de infectados com o HIV, com mais de 5 milhões de portadores, 11% da população total.
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