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Internacional
Quinta - 18 de Abril de 2013 às 07:35
Por: HELSON FRANÇA

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Geraldo Tavares/DC
Pela primeira vez em nove anos de intervenção brasileira no Haiti um batalhão de Cuiabá comandará a preparação e envio de militares ao país – sem presidente desde 2004 e arrasado pelo terremoto de 2010, que matou por volta de 220 mil pessoas. 



No próximo dia 13 de maio 1,2 mil militares (856 do Exército, 244 da Marinha e 34 da Força Aérea Brasileira) começam a embarcar para uma missão de seis meses no Haiti. O envio será dividido em nove etapas. Na primeira, seguirão aproximadamente 120 militares. 



Denominado de 18º Batalhão de Infantaria de Força de Paz, fazem parte da tropa treinada em Cuiabá 39 fuzileiros canadenses, configurando a primeira vez também em que tropas do Brasil e Canadá atuam em conjunto. 



O grupo ainda é formado por 33 paraguaios, um boliviano e 429 militares de Mato Grosso – sendo 144 de Cuiabá. O restante é dos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná. 



O envolvimento de Cuiabá na preparação dos militares faz parte de um sistema de rodízio estabelecido pelo comando do Exército Brasileiro: a cada seis meses o batalhão de determinada cidade fica encarregado de formar uma equipe e treinar a tropa para missão no Haiti. 



“O trabalho dos soldados será de realizar patrulhamentos, acompanhamento nos comboios, nos locais de obras e de votação, se for o caso de ocorrer eleição presidencial. A missão será contribuir na manutenção da segurança e estabilidade do país, para que outros órgãos possam realizar a ajuda humanitária”, explicou o coronel Zenedir da Mota Fontoura, responsável pelo treinamento. 



Em dezembro, será a vez de Campinas (SP) encaminhar militares para o Haiti. 



Como parte da preparação, os militares são colocados em situações de simulação de desastres naturais, aprendem técnicas de atendimento pré-hospitalar, primeiros socorros e resgate a vítimas de terremoto. Treinam tiros com armas não-letais, além do estudo do creole – idioma oficial do Haiti – e francês. 



No Haiti, 80% da população ainda vive abaixo da linha de pobreza. Segundo o coronel Zenedir, o país vem retomando a normalidade em ritmo lento. “Já é possível identificar uma melhora no comércio, por exemplo, com uma maior circulação de dinheiro”, observa. 



O coronel ressaltou que os militares enviados não têm a finalidade de atuar no combate à entrada ilegal de haitianos no Brasil. Algumas cidades, como Brasileia, no Acre, tem tido problemas devido ao grande número de haitianos que chega. Cuiabá, atualmente, tem sido uma cidade bastante visada – em virtude das obras da Copa e do “boom” da construção civil. “Nossa missão lá tem outro foco”, resumiu. 



Desde 2004, com a deposição do presidente Jean-Bertand Aristide, o Brasil assumiu o cargo de coordenação da recém-formada Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (Minustah). Mais de 20 mil soldados brasileiros já participaram da missão de paz, desde então. 





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