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Internacional
Terça - 05 de Junho de 2007 às 06:57

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O presidente russo, Vladimir Putin, premiou hoje o escritor Alexandr Soljenitsin, prêmio Nobel de Literatura em 1970, por sua "atividade humanitária", anunciou o Kremlin em comunicado.

O decreto presidencial destaca a concessão do prêmio estatal 2006 a Soljenitsin, autor de "Arquipélago Gulag", por suas "conquistas no terreno humanitário", segundo informaram as agências russas.

Soljenitsin, de 88 anos, optou nos últimos anos por um exílio voluntário nos arredores de Moscou. O seu último livro, "200 anos juntos", um polêmico ensaio sobre a difícil coexistência entre russos e judeus, foi publicado em 2001.

Nas suas poucas entrevistas, o escritor se mostra muito crítico ao ex-presidente russo Boris Yeltsin por entregar o país aos oligarcas. Já Putin recebe seus elogios por enfrentar o avanço da Otan.

Na sua opinião, um dos maiores problemas da Rússia é a xenofobia, fenômeno "incompreensível" no país mais diverso do planeta, com mais de 160 etnias.

O autor nasceu em 11 de dezembro de 1918, após a Revolução Bolchevique e no meio da guerra civil. Sua família era modesta: o pai era cossaco, e a mãe, professora.

Condecorado em duas ocasiões por sua participação na Segunda Guerra Mundial, ele foi condenado em fevereiro de 1945 a oito anos de prisão. O motivo foi ter feito críticas a Stalin, que chamava de "o bigodudo", numa carta enviada a um amigo quando estava na frente da Prússia Oriental, a caminho de Berlim.

O escritor recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1970, mas não foi a Estocolmo para receber a honraria, temendo que não permitissem o seu retorno.

Em 1974, foi publicado no Ocidente o primeiro volume de seu livro "Arquipélago Gulag", para o qual entrevistou 227 antigos presos de campos de concentração soviéticos. Ele foi então deportado para a Alemanha Ocidental.

Após viver na Suíça e Estados Unidos e ensinar na prestigiosa universidade americana de Stanford, decidiu retornar para a Rússia em 1994, após 27 anos de exílio.




Fonte: EFE

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