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Polícia Brasil
Segunda - 04 de Junho de 2007 às 15:51
Por: José Ribamar Trindade

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Mais um caso rumoroso deve chegar a Justiça de Mato Grosso. Sete pessoas foram indiciadas pela Polícia pela prática de crimes favorecimento à prostituição, rufianismo e tráfico de mulheres. Algumas das pessoas denunciadas são de classe média alta, politizadas e com muita penetração nas mais altas camadas sociais. Uma deles costuma desfilar de carro importado, cujo valor chega a mais de US$ 1 milhão, pelos locais mais chiques da Capital. As presas foram meninas com idade até 16 anos, de boa aparência e de bom comportamento. Todas, no entanto, apenas usadas em orgias sexuais, com obrigação ainda de posar nua.

No inquérito, tristes realidades. O salário pago às presas eram parte em drogas - algumas até pesadas -, e um mínimo de dinheiro, menos de 5% do valor recebido pelos aliciadores e cafetões. A quadrilha denunciada costumava usar as belas paisagens da Lagoa de Manso, com direito a pousadas em mansões e passeios em luxuosas lanchas e iates; o exotismo de Chapada dos Guimarães e as belezas naturais e primitivas do Pantanal, com direito a passeios em chalanas.

As “vítimas” eram “aliciadas” nos mais badalados bares, boates, shoppings e restaurantes de Cuiabá. Os “caçadores” também buscavam belas representantes em poderes públicas e universidades. Em alguns casos as próprias mãos indicavam as filhas ainda crianças para a prostituição.

Nomes não podem ainda ser divulgados. O processo está em segredo de Justiça. Ainda assim, 24 Horas News teve acesso, através de uma fonte, a partes do inquérito. Ao todo, são oito volumes de muitos meses de investigações para apurar crimes de tráfico de entorpecentes e exploração sexual infantil. Das investigações surgiram centenas de gravações telefônicas, cujos “grampos” foram autorizados pela Justiça. Além das gravações, muitas fotos de meninas em trajes de banho e nuas, além de fotos de todos os “points” onde aconteciam os encontros e os aliciamentos.

Muitas vezes eram os “cafetões” que ligavam para os exigentes “clientes”. Em outras ocasiões” eram os próprios “clientes” que ligavam e faziam a “encomenda”. As investigações revelaram crimes de exploração sexual, favorecimento à prostituição, rufianismo e tráfico de drogas e de pessoas. A quadrilha era especialista em aliciar e intermediar programas sexuais entre as meninas e os “clientes”.

Nas investigações a Polícia e o Ministério Público chegaram a conclusão que a meninas e as mulheres adultas eram negociadas como mercadorias em festas realizadas em chácaras de classe média alta nas regiões de Cuiabá, Várzea Grande (Grande Cuiabá); em Cáceres (Oeste, a 220 km da Capital, cidade fronteira do Brasil com a Bolívia onde existem denúncias de tráfico de mulheres e turismo sexual) , além de Manso, Chapada dos Guimarães e no Pantanal.

Além das meninas que já participavam do esquema, também eram recrutadas outras garotas durante badaladas festas. Lindas e atraentes, mas pobres, as novas vítimas eram atraídas pelo dinheiro fácil para sair com “clientes” de alto nível. Muito bem organizada, a quadrilha também mantinha um plano de atuação, onde cada um fazia sua tarefa para obtenção de lucros, cujas mercadorias eram sempre as meninas.

Os aliciadores e os “cafetões” pagavam em média, para cada menina após os programas, R$ 50.00, mas em algumas vezes o faturamento das vítimas subia para R$ 100.00. Isso porque eles alegavam que os “clientes” só pagavam, no máximo R$ 200.00.

A quadrilha, segundo as investigações, também pagava “olheiros” conhecidos como intermediários, orientadores, os facilitadores e motoristas. Os “olheiros” eram os responsáveis pela sondagem das meninas que ainda não estavam no esquema. Os orientadores davam as dicas para as meninas que estavam chegando. Os facilitadores davam apoio logístico, inclusive emprestando luxuosos carros em troca de programas sexuais, e os motoristas eram os encarregados de levar e trazer as meninas para os programas.

No entanto, dependendo do “cliente”, em média a quadrilha cobrava acima de R$ 1 mil para levar a “mercadoria” onde fosse necessário e exigido. Ou seja, sem saber, as meninas também estavam sendo roubadas, pois a proposta inicial era que cada uma ganharia 50% de cada programa sexual. Apesar da exploração sexual, o chefe da quadrilha, também tratado como “patrão”, costumava exigir garotas do tipo padrão: bonita, educada, culta e jovem.

Pelo um dos acusados se destaca como aproveitador, orgulhoso pelos privilégios. Recebendo indicações das próprias mães de meninas, ele mantinha os primeiros contatos sexuais com elas – uma espécie de teste -, para depois “aproveitá-las”, levando-as para que fossem comercializadas sexualmente.





Fonte: 24 Horas News

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