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Cidades/Geral
Segunda - 04 de Junho de 2007 às 09:38
Por: Ivan Pereira

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Os índios de sete etnias que bloquearam a ponte do Rio Juruena na MT-170 por dois dias (31/05 a 2/6) voltaram domingo a impedir a passagem de automóveis e pessoas no local. Um grupo de aproximadamente 30 índios esteve no mesmo local, a 60 km de Juina. O bloqueio que começou por volta das 17 horas gerou um congestionamento de dezenas de carretas e caminhões dos dois lados. Hoje pela manhã o chefe da Funai local Antonio Carlos, afirmou que o clima ficou tenso na tarde de domingo. “Os índios lançaram flechas sobre a viatura da Funai. A situação não ficou boa. Porque as partes que negociaram no último sábado, não cumpriram”, afirmou Carlos.

O bloqueio já foi liberado hoje pela manhã, e um grupo de índios já foi para Brasília com o representante da Funai. Mesmo com o bloqueio liberado, uma fonte disse a Rádio Educadora que os índios estão cobrando pedágio. “Paguei R$ 50,00 para passar no local”, disse Antonio da Silva, proprietário de um parque de laser na cidade. Um apresentador de TV em Juina ficou detido por alguns minutos porque havia feito comentários no programa, e que chegou ate os índios de forma distorcida, deixando-os revoltados com o apresentador.

Os índios solicitaram a presença de Lelinho com todos da imprensa local, o apresentador dirigiu-se até ao local solicitado, onde dezenas de índios fizeram uma roda em volta de Lelinho. Os índios, em tom muito nervoso, falaram muitas coisas para o apresentador, “o clima ficou tenso”, alguns índios falavam palavras muito agressivas contra Lelinho, e falavam que o mesmo ia poder se defender, mas tinha que ouvir muitas verdades dos índios primeiro.

Depois de vários minutos de revolta dos índios com Lelinho, foi dado a palavra para o apresentador, e ele, com muita calma, perguntou aos índios quem tinha assistido a matéria onde era dito que ele havia denegrido os índios, houve um pequeno silencio, e Lelinho disse: “Tudo que falei está gravado, e repito aqui para vocês, que não sou contra o movimento, sou contra a forma que está sendo feita, porque tem motorista de caminhão que está com prestação atrasadas e não pode trabalhar com família e um filho doente na gabina do caminhão”.

Houve muita gritaria pelos índios dizendo que era mentira, mas, com diálogo, Lelinho disse aos índios: “o mesmo sangue que corre em suas veias corre na minha”, e chegaram a um entendimento. Os índios então solicitaram que Lelinho fosse pintado como eles, já que disse que o sangue que corre nas veias é igual, onde o mesmo concordou, os índios então deixaram Lelinho parecendo um índio branco, depois fizeram poses abraçados com o apresentador e convidaram o mesmo para dançar a “dança da paz”, segundo eles. Ficou combinado, também, que depois que os índios voltarem de Brasília, “onde vão fazer suas reivindicações” que o apresentador levem-nos em seu programa, que é exibido no canal 8.

Um dos índios por nome de Fernando disse que “se as reivindicações não forem atendidas à possibilidade da MT-170 voltar a ser interditada, nos queremos fazer a coisa certa, com democracia, não queremos violência, mas precisamos ter nossos problemas resolvidos”.

A MT-174 é a principal via de acesso da região noroeste ao restante do estado, e havia sido liberada no sábado após 3 horas de conversa. Os índios que desde o inicio apresentaram 12 reivindicações (questões Ambientais, Administrativas e Fundiárias), aceitaram a idéia de liberar a via para discutir depois a pauta.

Segundo disse o prefeito da cidade Hilton Campos (PR), a Prefeitura cumpriu com as exigências dos índios para liberar a ponte. “Pediram gasolina, comida, arrumei mais de 2 toneladas de alimentos, e um ônibus para ir a Brasília, tudo isso já arrumamos”, destacou Campos. O chefe do executivo culpou a Funai pelo retorno dos índios ao bloqueio. “A Funai ficou de dá apoio logístico (financeiro) a eles, e infelizmente não cumpriu”, acrescentou.





Fonte: Rádio Educadora de Juina

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