Operações da PF prendem 66 pessoas no Estado em dois meses
O delegado José Maria Fonseca, da Polícia Federal, diz que o sentimento de frustração aparece quando recursos desviados não são recuperados. "Normalmente os recursos que essas organizações contam, facilitam a eles não só a ocultação desses bens e valores mas também a dificultar que possa ser encontrado e recuperado esse dinheiro", disse o delegado.
Em abril deste ano foi realizada a Operação Lacraia, quando foram presas 33 pessoas. Hoje nenhuma está atrás das grades. Elas são acusadas de participar de um esquema em cartórios para falsificação de registros e títulos de propriedades, tudo para facilitar o acesso a empréstimos bancários.
Em maio foi deflagrada a Operação Mapinguari, para combater crimes contra o meio ambiente e administração pública. Índios facilitavam a retirada de madeira da reserva do Xingu. Também foi descoberto um esquema para liberar planos de manejo com a participação de funcionários públicos. Mais de 30 pessoas foram presas.
Na Operação Navalha, também em maio, fraudes em licitação, corrupção, tráfico de influência e superfaturamento de obras. Foram presas 46 pessoas acusadas de envolvimento nesses crimes em vários Estados. Entre elas estava o prefeito de Sinop, Nilson Leitão, e o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Sinop, Jair Pessine.
Nas três operações, o delegado José Maria Fonseca destaca o avanço contra a destruição do meio ambiente. "Houve uma redução drástica neste desmatamento. Considero isso como um ponto positivo das operações que foram desenvolvidas ao longo dos dois últimos anos e que tiveram por fim reprimir os crimes praticados contra o meio ambiente", concluiu o delegado.
O filósofo Manoel Mota, doutor em educação política, diz que a sociedade é formada por interesses completamente diferentes. Por isso a dificuldade em definir o que é bem público. Segundo ele, o país precisa reforçar os mecanismos de proteção para diminuir a corrupção. Mota ressalta também que é preciso ficar atento para uma figura sempre presente nos escândalos: os lobistas. "O lobismo no Brasil é algo que precisa sair de sua semi-clandestinidade que está vivendo. Acho que é preciso que as instituições avancem no sentido de regulamentar esse conjunto de interesses que são reais", argumentou Manoel Mota.
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