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Economia
Segunda - 04 de Junho de 2007 às 07:51

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Em meio à euforia do mercado do etanol, o setor sucroalcooleiro começou a fazer as contas e descobriu que o preço atual pode derrubar os investimentos a partir de 2008. 'A situação preocupa. O preço atual não vai ser suficiente para a expansão dos investimentos no próximo ano. Quem já investiu, tudo bem. Mas quem ainda pretende fazê-lo, vai pensar um pouco', alerta Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).

O preço do álcool hidratado voltou a cair na semana passada, desta vez para o menor nível desde junho de 2005. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor caiu para R$ 0,59 o litro. A supersafra de cana, estimada em 420 milhões de toneladas, ampliou a oferta de álcool e a demanda interna e externa está aquém da expectativa. A tendência de crescimento da oferta até o auge da safra (entre julho e agosto) pode piorar a situação para os produtores.

Quem planta está preocupado. 'Os investimentos em novos canaviais ou na manutenção dos atuais estão comprometidos em 2008', diz José Coral, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba (Afocapi). A associação dos usineiros estima que, até 2012, os investimentos em usinas e novos canaviais podem chegar a US$ 17 bilhões. São 86 novas usinas no País que podem ser afetadas e um plano que prevê elevar de 6,3 milhões para 10,3 milhões de hectares de cana.

Para o consumidor, queda é lenta

Se o preço despenca nas usinas, nas bombas não acontece o mesmo. Em novembro do ano passado, o litro era vendido, em média, por R$ 1,09 em São Paulo. Nas usinas, o litro saía das usinas por R$ 0,90. Em dezembro de 2003, o preço nas usinas era ainda menor. Elas vendiam o álcool por R$ 0,70, e os paulistas pagavam R$ 0,99 pelo litro.

Hoje, a usina vende o litro para os distribuidores pelos mesmos R$ 0,70. Mas os consumidores pagam bem mais: em São Paulo, o litro custa hoje, em média, R$ 1,49. os preços são ainda maiores em outras capitais: em Recife, o litro sai a R$ 1,60. Em Belo Horizonte, a R$ 1,74, e no Rio de Janeiro, a R$ 1,77.

"Qualquer aumento na usina devido à entressafra ou estimativas de safra de cana, imediatamente o preço chega no posto a maior. Agora numa situação como esta aonde o preço desabou na usina, praticamente nada aconteceu. Então há uma diferença de velocidade entre repassar um aumento e tirar o aumento quando o preço cai", diz o economista Marcos Fava.





Fonte: G1

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