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Internacional
Domingo - 03 de Junho de 2007 às 15:28

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LONDRES - Novos confrontos acontecem entre soldados e militantes islâmicos em um segundo campo de refugiados palestinos no Líbano, de acordo com autoridades de segurança do país. A violência no campo de Ain al-Hilweh, perto da cidade de Sidon, no sul do país, envolve militantes do grupo Jund al-Sham.

De acordo com a agência de notícias AFP, a polícia disse que pelo menos duas pessoas ficaram feridas. Ainda não está claro se a violência é ligada aos confrontos no campo de Nahr el-Bared, no norte do país.

Os conflitos entre militantes e o Exército começaram há duas semanas e já mataram mais de cem pessoas entre civis, soldados e insurgentes.

Comida

O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional expressou neste domingo preocupação com os milhares de palestinos que estão no meio do fogo cruzado no campo de Narh al-Bared .

Um porta-voz do grupo disse que muitas pessoas vulneráveis, incluindo idosos, deficientes e crianças pequenas, não conseguiram sair do campo nas duas semanas de confrontos.

Os residentes dizem que estão ficando sem água e comida.

Novos confrontos entre o Exército libanês e militantes do grupo Fatah al-Islam ocorreram neste domingo pelo terceiro dia consecutivo.

O Exército atacou posições dos militantes no interior do campo para tentar forçar uma rendição.

Os militares disseram que os insurgentes foram expulsos das beiradas do campo na sexta-feira.

Alerta

No sábado, o primeiro-ministro do Líbano, Fuad Siniora, fez um novo alerta aos militantes islâmicos que estão em um campo de refugiados palestinos no norte do país, pedindo a eles que se entreguem.

Siniora descreveu os militantes do grupo Fatah al-Islam, que estão no campo, como um “grupo terrorista”. “Eles têm que se entregar e entregar suas armas.”

Mas membros do grupo não deram sinais de que vão atender ao pedido do premiê. “Nós não vamos nos entregar e vamos lutar até a última gosta de sangue”, disse um porta-voz dos militantes, Abu Salim, à agência de notícias France Presse.

Segundo a correspondente da BBC no Líbano Kim Ghattas, mais quatro soldados libaneses envolvidos na ofensiva morreram neste sábado, elevando o total de mortes entre os membros do Exército para seis desde a última sexta-feira.

Desde o início da ofensiva, há duas semanas, pelo menos 38 soldados, 60 militantes do Fatah Al-Islam e 20 civis morreram nos confrontos.

Refugiados

De acordo com a ONU, cerca de 25 mil dos 31 mil moradores originais do campo de refugiados fugiram.

O Exército libanês acusa os militantes do Fatah Al-Islam de usar os civis como escudos.

Mas o ministro das Finanças do Líbano, Jihad Azour, disse que as forças do país estão realizando ataques de alta precisão para minimizar o número de vítimas fatais.

Por sua vez, o ministro dos Negócios Parlamentares do Líbano, Michel Faraoun, disse à BBC que os militares receberam "sinal verde" para lidar com os militantes.

Ele também disse que os principais grupos palestinos estão apoiando a ação do governo contra os militantes do Fatah al-Islam.

Alguns membros do gabinete de governo do Líbano que são contra a Síria descreveram o Fatah al-Islam como um instrumento do serviço secreto sírio. Damasco nega qualquer ligação com o grupo.

O confronto entre o Exército libanês e o Fatah al-Islam começou quando forças de segurança invadiram um prédio em Trípoli em busca de suspeitos de um assalto a banco.

Os militantes atacaram, então, postos do Exército no campo de refugiados. Os militares responderam com artilharia pesada, e o episódio deu início aos piores combates internos do país desde o final da guerra civil, há 17 anos.

Existem 12 campos de refugiados no Líbano que foram estabelecidos depois da criação de Israel em 1948.

Militantes palestinos dentro do campo carregam armas e o Exército libanês, tradicionalmente, não entra nestes locais.




Fonte: BBC

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