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Moore ataca política de saúde de Bush em filme
A estréia nos Estados Unidos só acontece em 29 de junho, mas o novo documentário de Michael Moore, Sicko, sobre a crise da saúde norte-americana, já gerou debate na mídia e começa a influenciar as campanhas para as primárias presidenciais.
Moore, como no caso de seu documentário sobre a guerra no Iraque, pode ter antecipado uma reviravolta na opinião pública, em favor da criação de um serviço universal de saúde. De acordo com a maioria das pesquisas, a saúde é o segundo assunto que mais preocupa os eleitores norte-americanos (a guerra no Iraque é o primeiro).
Se a tentativa de Hillary Clinton para criar um sistema universal de saúde fracassou em 1992 - um de dos temas que o documentário trata - foi em parte devido ao fato de que a maioria dos norte-americanos empregados dispunha de planos de saúde privados oferecidos por seus empregadores. Isso já não é verdade.
Hoje, existem mais cidadãos sem cobertura de saúde do que em qualquer momento posterior aos anos 60 - um total de 46 milhões, ou 16% da população - e outros milhões de pessoas descobrem, ao adoecer, que seus seguros deixam muito a desejar. "O setor de seguros pratica uma fraude sistemática para otimizar os lucros de seus acionistas, negando cobertura aos pacientes", disse Moore em entrevista na televisão, sexta-feira passada.
Jonathan Cohn, diretor da revista New Republic, corrobora essas alegações em um novo livro, Sick, no qual relata o caso de Janice Ramsey, corretora de imóveis da Flórida e paciente de diabetes, como 18 milhões de outros americanos. Devido à doença, ela não conseguiu se inscrever em qualquer plano de saúde.
O livro também narra como Elizabeth Hilsabeck, funcionária de um banco em Austin, Texas, descobriu que seu plano de saúde não cobre os custos do tratamento de seu filho, que sofre de paralisia cerebral. Moore, de sua parte, conta a história de Donna Smith, de Denver, que teve de vender sua casa e ir morar com a filha porque, ainda que tenha um plano de saúde, não consegue bancar os custos de tratamento das diversas doenças que a afligem.
Em 1980, 90% dos americanos estavam cobertos por seguros de saúde, a maioria dos quais oferecidos pelos empregadores, e os planos eram "amplos e generosos", segundo Cohn. Agora, "nós temos de comprar nossos próprios seguros, e isso se torna mais difícil porque os exames genéticos permitem que as seguradoras se tornem mais seletivas", avisa.
Paradoxalmente, as pessoas cobertas por planos públicos de saúde - o Medicaid, para os pobres e desempregados em longo prazo e o Medicare para os idosos - podem sofrer menos problemas do que a classe média desprovida de seguro. Muitas das pessoas que se arruínam financeiramente nos Estados Unidos o fazem devido aos elevados custos de tratamento médico.
E embora os serviços norte-americanos de saúde protejam cada vez menos gente e de forma cada vez menos confiável, seus custos não param de crescer. O país gasta 10% de seu Produto Interneto Bruto (PIB) com a saúde, à frente dos 10% da França ou do Canadá e dos 7,7% da Espanha. O contribuinte não tem poder de negociação nem para exigir melhor cobertura das administradoras de planos de saúde nem para exigir preços menos abusivos para os remédios.
Apesar da disparidade de investimentos, na opinião de Moore e de outros comentaristas a qualidade do tratamento em serviços universais de saúde como o francês e o canadense supera a dos Estados Unidos sob quase todos os critérios. "Nenhum outro país do mundo se aproxima dessa marca de 16%, e apesar disso há poucos indícios de que os gastos adicionais nos tornem mais saudáveis", conclui Cohn.
Moore, como no caso de seu documentário sobre a guerra no Iraque, pode ter antecipado uma reviravolta na opinião pública, em favor da criação de um serviço universal de saúde. De acordo com a maioria das pesquisas, a saúde é o segundo assunto que mais preocupa os eleitores norte-americanos (a guerra no Iraque é o primeiro).
Se a tentativa de Hillary Clinton para criar um sistema universal de saúde fracassou em 1992 - um de dos temas que o documentário trata - foi em parte devido ao fato de que a maioria dos norte-americanos empregados dispunha de planos de saúde privados oferecidos por seus empregadores. Isso já não é verdade.
Hoje, existem mais cidadãos sem cobertura de saúde do que em qualquer momento posterior aos anos 60 - um total de 46 milhões, ou 16% da população - e outros milhões de pessoas descobrem, ao adoecer, que seus seguros deixam muito a desejar. "O setor de seguros pratica uma fraude sistemática para otimizar os lucros de seus acionistas, negando cobertura aos pacientes", disse Moore em entrevista na televisão, sexta-feira passada.
Jonathan Cohn, diretor da revista New Republic, corrobora essas alegações em um novo livro, Sick, no qual relata o caso de Janice Ramsey, corretora de imóveis da Flórida e paciente de diabetes, como 18 milhões de outros americanos. Devido à doença, ela não conseguiu se inscrever em qualquer plano de saúde.
O livro também narra como Elizabeth Hilsabeck, funcionária de um banco em Austin, Texas, descobriu que seu plano de saúde não cobre os custos do tratamento de seu filho, que sofre de paralisia cerebral. Moore, de sua parte, conta a história de Donna Smith, de Denver, que teve de vender sua casa e ir morar com a filha porque, ainda que tenha um plano de saúde, não consegue bancar os custos de tratamento das diversas doenças que a afligem.
Em 1980, 90% dos americanos estavam cobertos por seguros de saúde, a maioria dos quais oferecidos pelos empregadores, e os planos eram "amplos e generosos", segundo Cohn. Agora, "nós temos de comprar nossos próprios seguros, e isso se torna mais difícil porque os exames genéticos permitem que as seguradoras se tornem mais seletivas", avisa.
Paradoxalmente, as pessoas cobertas por planos públicos de saúde - o Medicaid, para os pobres e desempregados em longo prazo e o Medicare para os idosos - podem sofrer menos problemas do que a classe média desprovida de seguro. Muitas das pessoas que se arruínam financeiramente nos Estados Unidos o fazem devido aos elevados custos de tratamento médico.
E embora os serviços norte-americanos de saúde protejam cada vez menos gente e de forma cada vez menos confiável, seus custos não param de crescer. O país gasta 10% de seu Produto Interneto Bruto (PIB) com a saúde, à frente dos 10% da França ou do Canadá e dos 7,7% da Espanha. O contribuinte não tem poder de negociação nem para exigir melhor cobertura das administradoras de planos de saúde nem para exigir preços menos abusivos para os remédios.
Apesar da disparidade de investimentos, na opinião de Moore e de outros comentaristas a qualidade do tratamento em serviços universais de saúde como o francês e o canadense supera a dos Estados Unidos sob quase todos os critérios. "Nenhum outro país do mundo se aproxima dessa marca de 16%, e apesar disso há poucos indícios de que os gastos adicionais nos tornem mais saudáveis", conclui Cohn.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/223833/visualizar/
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