Seul, Pequim e Tóquio colaborarão para desnuclearização de Pyongyang

Os ministros de Exteriores de Coréia do Sul, China e Japão concordaram hoje em cooperar "intimamente" para impulsionar a pronta aplicação do compromisso da Coréia do Norte de desmantelamento nuclear.



O ministro de Exteriores sul-coreano, Song Min-soon, disse que os três países compartilharam a necessidade de que a desnuclearização norte-coreana seja implementada na reunião realizada hoje na ilha de Jeju, da qual também participaram os chanceleres de Japão e China, Taro Aso e Yang Jiechi.

"Concordamos em unir esforços a favor de interesses comuns com uma decisão estratégica, sem depender de problemas legais ou técnicos", afirmou Song, segundo a agência sul-coreana "Yonhap".

Em entrevista coletiva, Song disse que os três países lamentaram a estagnação no processo de desnuclearização norte-coreano, mas reiteraram o desejo das nações de que o desarmamento nuclear seja implementado.

Em 13 de fevereiro, Pyongyang comprometeu-se em Pequim a fechar em um prazo de 60 dias suas instalações nucleares em troca de ajudas energéticas de Coréia do Sul, Estados Unidos, China, Japão e Rússia.

No entanto, a Coréia do Norte ainda não começou a desmantelar seu programa nuclear porque a transferência dos US$ 25 milhões do país que estavam depositados no Banco Delta Asia (BDA) em Macau não foi completada. Os fundos ficaram congelados por um ano e meio pelos EUA devido a acusações de lavagem de dinheiro.

Antes da reunião trilateral, o ministro sul-coreano se encontrou com os chanceleres japonês e chinês, com os quais concordou em cooperar para que a Coréia do Norte inicie o desarmamento nuclear.

Sobre o problema do BDA, Song ressaltou a importância de remover este obstáculo, enquanto Jiechi disse que o Governo chinês trabalha para solucionar em breve a questão.

No início da reunião trilateral, Song expressou ainda seu desejo de que a conferência contribua para estabelecer a paz na região.

O encontro foi sugerido em janeiro pelo ministro sul-coreano durante a cúpula da Associação dos Países da Ásia-Pacífico, na qual acontece paralelamente, desde 2004, uma reunião de ministros dos três países.

"Desejo que esta reunião trilateral de ministros de Exteriores se consolide como periódica e contribua para impulsionar a paz e cooperação na região", disse Song.

"O crescimento econômico do Leste da Ásia é considerado o centro do crescimento econômico mundial e continua em alta", afirmou o ministro japonês, destacando a necessidade de cooperação entre os três países para avançar no contexto mundial.

O ministro chinês manifestou seu desejo de que este encontro sirva para "discutir interesses comuns" e "seja construtivo com resultados".

Segundo o vice-ministro de Exteriores sul-coreano, Shim Yoon-joe, citado pela "Yonhap", os três ministros concordaram ainda em cooperar em âmbitos como energia, meio ambiente e investimento, entre outros.

Dados citados pela "Yonhap" indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) de Coréia do Sul, Japão e China representam 85% dos países do Leste da Ásia e 18% do mundo, com 17% do comércio internacional dividido entre os três países.

A reunião foi realizada às vésperas do Diálogo de Cooperação da Ásia, com duração de dois dias, que começará na segunda-feira em Seul e contará com a participação de representantes de 30 nações.

De acordo com o ministro sul-coreano, a próxima reunião trilateral será organizada pelo Japão.