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Sábado - 02 de Junho de 2007 às 14:26

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A novela Paixões Proibidas, da Band, caminha para o seu final com uma trajetória malsucedida, apesar de ter contado bem sua história. O excelente texto de Aimar Labaki, baseado na obra do escritor português Camilo Castelo Branco, não bastou. A emissora e a equipe de direção do folhetim cometeram erros fatais.

O primeiro deles foi a mudança de horários. A média de audiência não passava dos dois pontos e a Band resolveu alterar o horário da produção. Das 22h, passou a exibi-la às 17h30. O tiro saiu pela culatra, já que nesse horário é difícil o público adulto ter oportunidade de sentar à frente da televisão.

Outro problema foi o sotaque dos atores portugueses, que dificultava o entendimento dos diálogos desde que o primeiro capítulo foi ao ar. Mas a direção fechou os ouvidos para isso e nada foi feito para resolver o problema. E, ao fechar os olhos, criaram mais um problema: a novela começou e terminou escura, com graves problemas de iluminação.

Se forem analisados os bons diálogos desenvolvidos pelo autor, chega a dar pena o fracasso de Paixões Proibidas. É lamentável admitir, mas a qualidade acima da média do texto não "pegou". O vocabulário mais complexo e as referências históricas obrigam as pessoas a pensarem para compreenderem o desenvolvimento da história. Tudo parecia rebuscado demais para quem se acostumou a ver novela com o intuito de relaxar.

Belos figurinos, cenários convincentes e bons atores. A Band tinha isso, mas ainda não tem a tradição de fazer novela e talvez conseguisse mais sucesso se repetisse uma fórmula simples e menos sofisticada como Floribella.

Além do pecado de ter sido requintada demais, Paixões Proibidas não contou com um núcleo cômico, o que a deixou pesada em alguns momentos. Fora isso, só tinha um personagem exagerado neste ou naquele núcleo, um vilão fora do tom aqui ou ali. E isso, toda novela, inclusive as que são sucesso de audiência, também tem.

A Band teve a sorte, inclusive, de contar com jovens e competentes protagonistas. Miguel Thiré e Ana Sophia Folch de destacaram. A emissora também conseguiu levar até o fim uma novela sem correria e sem pressa de definir os desfechos dos personagens. Afinal, Ignácio Coqueiro sempre gravou os capítulos com frente e não precisou transformar a vida do elenco e da equipe em um inferno. Muita coisa funcionou da maneira certa, mas não foi suficiente para chamar a atenção. E como, na televisão, a audiência interessa mais do que a qualidade, o saldo foi negativo.





Fonte: TV Press

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