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Internacional
Sábado - 02 de Junho de 2007 às 04:59

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O americano infectado com um tipo raro de tuberculose resistente a remédios, e que fez uma viagem de avião que alarmou os organismos de saúde dos EUA e Europa, deu uma entrevista nesta sexta-feira e pediu o perdão de todas as pessoas que colocou em perigo.

Ele afirmou que ninguém disse a ele que representava uma ameaça. "Lamento profundamente o mal e o sofrimento que causei", declarou Andrew Speaker, um advogado de 31 anos que sofre de uma forma rara de tuberculose resistente aos tratamentos.

Numa entrevista exclusiva à rede americana ABC, o jovem apareceu com uma máscara de proteção no quarto de um hospital especializado de Denver, onde está no isolamento.

Speaker provocou um alerta mundial por ter entrado em vários vôos comerciais em maio durante uma viagem de 12 dias pela Europa e a América do Norte.

Como havia obtido resultado positivo num teste para tuberculose efetuado em 10 de maio, as autoridades sanitárias recomendaram que não viajasse de avião.

"Não quis fazer mal a essas pessoas", afirmou, referindo-se a todos os passageiros dos vôos que efetuou.

Ele partiu de Atlanta, onde mora, em 12 de maio para Paris, e depois para Atenas. Depois de seu casamento na Grécia, seguiu para Roma, Praga, e finalmente Montreal em 24 de maio, antes de voltar por terra aos Estados Unidos.

"Espero que eles me perdoem e entendam que eu acreditava sinceramente que não colocava ninguém em perigo", declarou Andrew Speaker, ao lado de sua mulher.

"Ninguém me disse que quem quer que seja correria algum risco", insistiu.

No entanto, as autoridades sanitárias "o orientaram claramente para não viajar", afirmou Martin Cetron, um representante dos Centros federais de controle e de prevenção das doenças (CDC

Segundo o jovem advogado, os médicos só lhe disseram: "Preferimos que você não viaje". Esta conversa teria sido gravada pelo pai de Andrew Speaker.

"Todo o mundo sabia que iríamos viajar. Perguntei várias vezes a médicos se minha família ou qualquer outra pessoa corria algum risco. Eles me responderam que não era contagioso, que eu não era perigoso", acrescentou o jovem, que tem como sogro um especialista em tuberculose nos CDC.

Quando já estava na Europa, depois do casamento e da lua-de-mel, os CDC entraram em contato com o doente em Roma para informá-lo de novas análises mostrando que estava infectado com a forma ultra-resistente da tuberculose. Os CDC afirmam ter então insistido para que não pegasse um vôo comercial e fosse a um hospital italiano para ser isolado, à espera de ser repatriado.

Speaker qualificou nesta sexta-feira estas declarações de "mentira pura e simples".

"Entramos num avião para viajar ao Canadá, porque nos disseram que estávamos proibidos de voar nos Estados Unidos", admitiu, no entanto, a mulher do advogado.

No dia 24 de maio, eles decidiram então voltar para os Estados Unidos, via Canadá. "Queríamos voltar para casa, me sentia abandonado" na Itália, justificou.

"Queria ir a Denver (para receber o tratamento adequado). Todo mundo me disse que se eu fosse para algum outro lugar que em Denver, poderia morrer", explicou, aos prantos.

As autoridades americanas e canadenses pediram às pessoas que estiveram em contato com o homem que façam testes, e o Centro europeu de controle das doenças recomendou aos países da União Européia que encontrem as pessoas que viajaram perto do jovem advogado. Somente a Grécia parece ter afastado qualquer possibilidade de perigo para sua população.





Fonte: AFP

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