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Sexta - 01 de Junho de 2007 às 13:16
Por: Ana Paula Bortoloni

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O bloqueio indígena que teve início na madrugada de ontem na ponte do rio Juruena, estrada que liga Brasnorte a Juina, na região noroeste de Mato Grosso continua. Os índios, armados com arco e fecha, impedem até mesmo a passagem de pedestres pelo local. Na região, empresários já analisam o prejuízo provocado pela paralisação do transporte de alimentos, madeiras, entre outros, e pedem providências dos governos federal e estadual.

Na Casa Civil de Mato Grosso, a informação é de que um fax com a lista de reivindicações dos manifestantes foi enviado aos ministros Dilma Roussef (Casa Civil) e Tarso Genro (Justiça), para que sejam tomadas as devidas providências. Em Cuiabá, o secretário João Malheiros está em reunião.

O protesto é formado por aproximadamente 200 índios que prometem só liberar o local após a presença do governador Blairo Maggi ou do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira.

“O que a gente percebe é um total descaso por parte do governo, já que até agora ninguém tomou atitude para resolver essa situação”, disse o diretor de frigorífico Geraldo Navarro de Moraes.

Só o frigorífico dele está com 21 carretas carregadas com carne paradas desde o inicio do bloqueio. Ele calcula um prejuízo diário de aproximadamente R$ 40 mil. “Eu tenho um limite de oito dias para entregar a carga. Tem cliente que já está ligando bravo. Tem produto aqui que tem um prazo de 24 horas para entregar, senão estraga. Fora os bois que nós matamos e que se não chegarem (ao destino) me darão um prejuízo de R$ 1,5 milhão”, informou.

Segundo informações da Polícia Militar, no local, além das carretas e caminhões há pelo menos 10 ônibus parados, e a orientação é para que os motoristas evitem a aproximação até a ponte, estacionando os carros nas redondezas. “Até a nossa comunicação com os índios é difícil. Agora é que eles aceitaram liberar doentes que precisassem passar, mas mesmo assim analisam caso a caso”, informou o comandante da PM de Campo Novo, José Wilson Souza.

Uma alternativa de passagem seria a estrada de Juara, o que acarretaria um acréscimo de 400 km no percurso entre Brasnorte e Juina. A idéia também é rejeitada por Moraes, pois segundo ele, as condições na estrada não dão suporte para o transporte da carga. “É arriscado demais passar com 30 toneladas de carne em uma estrada tão ruim”, disse.

O protesto é liderado principalmente por índios de quatro etnias: Kayabi, Myky, Manoki e Cinta Larga. Entre as principais reivindicações estão a reativação do pólo regional da Funai em Juína, além da transferência da unidade de saúde indígena de Cacoal (RO) para o local, um estudo dos impactos ambientais provocados pela mudança da MT-170 em BR-174 e a aplicação de 40% dos recursos do ICMS ecológico diretamente nas áreas indígenas, entre outros.





Fonte: Olhar Direto

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