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Economia
Sexta - 01 de Junho de 2007 às 12:33

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Nem mesmo na Grécia o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, conseguiu escapar do debate sobre a valorização do real. Logo após encerrar sua palestra durante a Reunião de Primavera do Institute of International Finance (IIF), a primeira pergunta endereçada a ele por uma integrante da platéia foi justamente sobre o câmbio: “Há gente no mercado que acha que a cotação do real em relação ao dólar vai chegar ao um para um (R$ 1,00). O que o senhor tem a falar sobre isso?” Um outro participante, acrescentou, em tom de brincadeira: “E por favor, Meirelles, informe o dia em que isso vai acontecer.”

Sorridente, Meirelles deu sua resposta padrão a esse tipo de questionamento. “O Brasil tem um regime cambial flutuante e uma política de fortalecimento das reservas”, disse. Ele acrescentou, no entanto, que “no final do dia, nós somos um Banco Central com um regime de meta inflacionária, que busca o crescimento sustentável do País aliado a uma política fiscal prudente".

Meirelles esbanjou otimismo com as perspectivas da economia brasileira durante a palestra. “O Brasil aproveitou o ambiente externo muito benigno para fortalecer suas contas e fundamentos, garantindo assim uma trajetória de crescimento econômico sustentável”, disse Meirelles a uma platéia de cerca de 300 representantes de bancos e fundos de investimentos.

Ele ressaltou a queda inflação e das expectativas inflacionárias no País. Em abril, observou, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses estava em 3%, bem abaixo do centro da meta inflacionária, de 4,5%. Em junho, acrescentou, a expectativa consensual dos mercados prevê que a inflação anualizada será de 3,8%. Segundo ele, a trajetória da inflação brasileira tem apresentado “surpresas no lado positivo”.

Ele salientou também a queda da taxa Selic (juro básico da economia brasileira), hoje em 12,5% ao ano, observando que segundo a aposta consensual do mercado, a taxa deve atingir 10,75% ao ano em dezembro deste ano. Meirelles ressaltou que a taxa de juro real atingiu 7,4% em abril. “E os juros reais no final longo da curva estão ligeiramente inferior a 6%, seu menor nível já registrado”.

O presidente do BC também enfatizou o forte desempenho da balança comercial brasileira. “As importações estão se movendo para cima num ritmo muito forte por causa do crescimento econômico”, disse. “Mas as exportações continuam fortes e consistentes.”

Meirelles ressaltou que as reservas internacionais do BC somavam US$ 122,4 bilhões no dia 2 de maio. “As reservas estão mais elevadas agora”, disse, sem dar detalhes. “Elas melhoram a resistência do Brasil a eventuais mudanças no ambiente econômico externo.” Ele observou que o BC acelerou neste ano o fortalecimento das reservas. “Nós acumulamos neste ano um valor aproximadamente igual ao de 2006”, disse.

Meirelles destacou a redução da vulnerabilidade externa do País. “Todos os números de solvência externa estão num território nunca visto ao longo do último século”, disse.

Embora tenha ressaltado que o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma expansão de 4,4% para a economia brasileira em 2007, Meirelles observou que alguns agentes do mercado acreditam que essa performance poderá ser superada. “Pude ver nesta manhã que alguns analistas estão revisando para cima suas previsões de crescimento, para 4,6%, 4,7%”, disse. Ele ressaltou que o crescimento está sendo alimentado pelo aumento dos salários, investimentos e crédito, inclusive no setor imobiliário.





Fonte: AE

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