CPI: diminuem chances de pilotos de jato deporem

A visita feita nesta quinta-feira por integrantes da CPI do Apagão Aéreo da Câmara ao Supremo Tribunal Federal (STF) não surtiu o efeito esperado. A intenção do encontro com a ministra Ellen Gracie era agilizar o depoimentos dos pilotos Joseph Lepore e Jan Paladino, do jato Legacy que colidiu com um avião da Gol e matou 154 pessoas em setembro do ano passado.

A ministra informou aos parlamentares que não poderia interferir no processo. Segundo o deputado Marco Maia (PT-RS), Gracie avisou que a forma mais fácil de conseguir a oitiva seria por meio de relações diplomáticas. Ou seja, o contato com as autoridades americanas teria que ser feito mesmo pelo Itamaraty.

Os deputados também se encontraram ontem com o secretário Nacional da Justiça, Antonio Carlos Biscaia, que mandou o mesmo recado: caso insistam nos depoimentos, os parlamentares terão que ir aos Estados Unidos. "Constatamos que não há nada que os obrigue a vir até aqui", resumiu Maia.

Gracie informou ainda que não tinha muito a fazer já que os processos judiciais sobre o caso não tinham chegado ainda ao tribunal. A ministra se comprometeu, no entanto, segundo Maia, a fazer um levantamento de quais foram os procedimentos adotados em casos semelhantes.

Apesar da resposta negativa, o relator da CPI ainda acredita que o depoimento dos pilotos é essencial para que ele possa desenvolver o seu relatório. "Eles são os únicos sobreviventes do acidente", disse.