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Nacional
Quinta - 31 de Maio de 2007 às 18:45
Por: GABRIELA GUERREIRO

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reconheceu hoje que agiu politicamente ao encaminhar de forma imediata ao Conselho de Ética da Casa representação do PSOL que pede a sua perda de mandato por quebra de decoro parlamentar. Renan disse que não quer ser acusado de protelar o processo que tramita na Casa contra ele.

"Eu fiz questão de agilizar o processo para não parecer que haveria por trás da reparação do erro do PSOL alguma manobra da Mesa para beneficiar alguém", disse.

Ele é acusado de envolvimento com o lobista Cláudio Gontijo, da Construtora Mendes Júnior, que arcaria com o pagamento pensão e aluguel da jornalista Mônica Veloso --com quem Renan tem uma filha.

Sem reunir a Mesa Diretora do Senado, Renan decidiu por contra própria encaminhar o processo ao Conselho de Ética. O senador enviou a representação minutos depois do presidente do conselho, Sibá Machado (PT-AC), ter comunicado o plenário do Senado que o processo deveria primeiro passar pela Mesa Diretora antes de ser analisado pelo conselho.

Como presidente da Mesa, Renan não consultou os demais colegas ao tomar sua decisão. Apesar de ser presidida por Renan, a Mesa Diretora do Senado é integrada por sete membros titulares e quatro suplentes.

O presidente do Senado disse não ser necessário que os demais integrantes do conselho referendem a sua decisão --embora técnicos do Senado tenham afirmado à Folha Online que o senador deveria ter consultado os demais integrantes da Mesa.

"Não precisa ad referendum [da Mesa]. O processo [do PSOL] havia sido entregue errado, devia ser entregue à Mesa. Mesmo assim estávamos deixando o processo tramitar para não parecer que a reorientação com relação à orientação pudesse favorecer alguém. É uma demonstração reiterada de isenção."

Sibá disse que vai colocar em discussão o processo contra Renan na próxima reunião do conselho, marcada para quarta-feira. O conselho pode arquivar a representação ou decidir que ela deve seguir tramitação prevista pelo regimento --o que obriga Sibá a designar um relator ou uma comissão de três senadores para analisar o processo contra Renan.

Antes de submeter a representação ao conselho, Sibá disse que vai se reunir com o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), para deliberar sobre o processo. "O corregedor reuniu informações sobre esse caso, eu quero ouvi-lo. Espero que ele colabore conosco", afirmou.

Apoio

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), saiu em defesa da rapidez com que Renan enviou o processo ao conselho.

"Quando vossa excelência toma essa decisão, é em nome da maioria desta Casa preocupada com a verdade dos fatos e não com a calúnia e a difamação. Há aqueles que lançam permanente desconfiança sobre cada ato dos senadores desta casa", disse Ideli.




Fonte: Folha Online

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