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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 29 de Maio de 2007 às 19:21
Por: Sílvio Barsetti

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RIO - Depois de dois acidentes e com o temor de que o terreno de parte da Vila Pan-Americana possa ceder novamente, a Construtora Agenco, responsável pelo empreendimento, decidiu mudar o projeto original do condomínio. No entorno da via reservada ao acesso dos atletas, que teve sua estrutura deformada durante temporal que atingiu o Rio em 11 de maio, os engenheiros vão substituir passadiços por escadas de madeira.

“A instabilidade nessa área está acentuada e não vale a pena mexer muito ali”, disse o engenheiro da Agenco, Roberto Saad, gerente geral das obras na Vila. A declaração reforça a suspeita de que chuvas intensas poderiam causar novos problemas no local. A mudança vai abranger uma extensão contínua de 350 metros e aumentará o custo total dos reparos dos danos provocados pelo afundamento de solo na Vila: inicialmente, a estimativa de gastos extras era de R$ 500 mil. Mas nesta terça-feira a própria Agenco informou que esse valor deve ser de cerca de R$ 2 milhões. A construtora reconheceu sua responsabilidade pelos ‘imprevistos’ e anunciou que vai arcar com as despesas.

O trabalho na Vila está em ritmo acelerado. Ainda assim, a dúvida de que tudo estará pronto até o fim de junho persegue o engenheiro Roberto Saad. “Tem que estar tudo certo até 28 de junho [quando começam a chegar os oficiais de cada comitê olímpico]. Se vai estar? Todo esforço é nesse sentido.”

Ele explicou que o acidente na principal via interna da Vila, a de número 3, com colapso da estrutura de estacas em quatro trechos da pista, jardins e calçadas, vai prolongar o trabalho dos operários por três semanas. Sua maior dor de cabeça, no entanto, é quanto ao tempo para o reparo da via 5, planejada para a entrada e saída de 5500 atletas durante os Jogos.

Vistoria

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), do Rio, Reynaldo Barros, inspecionou nesta terça a Vila Pan-Americana com uma equipe do conselho. O Crea vai elaborar um laudo sobre os acidentes e quer ter acesso ao monitoramento do terreno, que já vem sendo feito por topógrafos da Agenco. “É importante saber se o terreno está consolidado ou em movimento”, disse Barros.

Ele acrescentou que ainda não é possível determinar a causa dos acidentes e ressaltou que não viu indícios de comprometimento dos prédios da Vila.

À tarde, o professor da Coordenação de Programas de Pós Graduação em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Márcio Almeida, visitou a Vila. Ele prepara outro laudo, a pedido da prefeitura, para saber o que levou ao acidente na via 5.

Almeida tenta há duas semanas obter relatórios e boletins da Agenco para concluir o trabalho. Somente ontem, a construtora prometeu ajudá-lo.




Fonte: Estadão

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