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Economia
Terça - 29 de Maio de 2007 às 15:16
Por: Denise Campos de Toledo

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Os preços do álcool estão em queda com o início da safra. Só na semana passada os preços nas usinas já tiveram uma queda, na média, de mais de 10%. Esse é um dado positivo do ponto de vista do consumidor. Afinal serão menos reais gastos na hora de encher o tanque. E a baixa já registrada no atacado ainda teve reflexos muito tímidos no varejo. Ou seja, o custo na bomba ainda deve ter uma boa redução. Por enquanto, ainda há uma tentativa de elevar as margens de ganho.

Mas do ponto de vista do mercado de álcool esse dado não é tão positivo assim. O problema é que na entressafra acontece o inverso. Os preços disparam, o consumidor não entende, o consumo cai - os carros são flex - e o produtor convive sempre com uma situação de incerteza. Alguns já começam a reclamar que o preço atual não cobre os custos. Esperam que haja recuparação pelas próprias forças de mercado. Cai o preço, o consumo aumenta e, pelo equilíbrio maior entre oferta e demanda, o valor no atacado acaba subindo. Sendo que neste ano há um reforço na baixa. A cotação do açúcar no mercado internacional também está em queda. Tanto que, pela primeira vez mais cana será destinada à produção do álcool do que do açúcar.

Essas oscilações bruscas de preços não são benéficas do ponto de vista das decisões de investimento e atrapalham até a consolidação do álcool como uma alternativa segura de combustível. É importante que o mercado, o setor sucroalcooleiro e o governo desenvolvam mecanismos que garantam maior estabilidade de preços, como a negociação de contratos, transações no mercado futuro, a participação de fundos de investimentos.

Enfim, enquanto o álcool for negociado apenas à vista, com base na produção, a volatilidade acentuada dos preços vai continuar. O álcool depende da safra, mas, até pela importância crescente que deve ter em todo o mundo, não pode continuar sujeito à variações de preços, como acontece com o tomate o alface nas feiras.

O próprio presidente Lula já falou da necessidade de o álcool se transformar numa commodity. Commodities também têm oscilações de preços, mas a instabilidade pode ser reduzida em relação ao quadro atual. Outras forças de mercado entram em ação. O álcool abre uma janela de oportunidade enorme para o Brasil. O País precisa saber aproveitar. E isso começa em casa.





Fonte: Terra

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