Falta de armazéns prejudica estocagem de grãos em MT

A falta de armazéns pode prejudicar a estocagem da safra de milho em Mato Grosso. O grão é considerado estratégico para o Estado e serve como ração para as criações locais de aves e suínos, além de ganhar destaque como produto de exportação.

A safra do milho chega ao final e preocupa os produtores mato-grossenses, que não têm onde armazenar a colheita. Pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Mato Grosso hoje tem capacidade de armazenamento para 23 milhões de toneladas de grãos. Desse total, cerca de 30% são destinados à estocagem do milho. Para o produtor o espaço é insuficiente.

O superintendente da Conab, Ovídio Miranda, não vê solução a curto prazo. Segundo ele, o governo federal não vai investir na construção de novos armazéns, mas vem estudando medidas para melhorar os prêmios e volumes de negociação do produto em leilões.

Para Federação da Agricultura, a falta de armazéns é um problema que ainda vai persistir nesta safra. Mesmo com a elevada capacidade de armazenamento, boa parte dos estoques de soja ainda ocupa o lugar que poderia ser do milho. Para o presidente da Famato, Homero Pereira, o ideal seria que todos os produtores pudessem ter armazéns próprios ou na forma de cooperativas. No entanto, ele explica que os produtores estão descapitalizados com dívidas nos bancos e com fornecedores, sem capacidade de investimento.

"Eles estão com problema sério de capacidade de endividamento, problema de garantia para poder retomar esse processo de armazenagem em nível de fazenda, porque aumenta o poder de barganha do produtor. Temos que superar essa fase", disse Pereira.