BARBÁRIE: Pai mata filhos para não pagar pensão
A polícia descobriu que o caminhoneiro Gonçalo José da Silva, de 46 anos, foi quem matou os próprios filhos, a garota Kely Araújo Silva, de 13 anos, e Keverson Araújo Silva, de 7, em dezembro de 2004. Tudo porque ele não queria pagar pensão alimentícia para a esposa, com quem estava em processo de separação. A polícia suspeita que ele tenha estuprado a filha antes de enterrá-la, junto com o filho, numa cova rasa, no bairro Ribeirão do Lipa. O acusado está preso.
Uma semana antes, o caminhoneiro chegou a ameaçar a esposa na frente dos filhos. “Se sua mãe me colocar na cadeia por causa do pagamento de pensão (alimentícia), mato vocês”, disse Gonçalo. “Até eu?”, questionou Keverson, que estava no colo da mãe.
Gonçalo foi preso na última sexta-feira em Várzea Grande após ter a prisão temporária decretada por cinco dias. Gonçalo nega ter praticado o bárbaro crime, mas para o delegado Márcio Pieroni, as contradições no depoimento dele o apontam como autor do duplo homicídio. “Ele (Gonçalo) matou os dois filhos, mas é preciso mais prazo para concluir as investigações”, explicou.
Conforme policiais da Delegacia de Homicídios (DHPP), entre as contradições está o fato de ter reconhecido a filha no IML (Instituto de Medicina Legal) com a calça jeans lavada que ela gostava de usar. “Acontece que a menina estava semi-nua, sem as vestes de baixo”, explicou o delegado.
A princípio, o caminhoneiro negou conhecer o local onde ocorreu o assassinato, mas depois admitiu que esteve por lá inúmeras vezes carregando o caminhão com areia. “Somente uma pessoa que conhece bem aquele local (draga) é que poderia praticar o crime e enterrar as vítimas. E ele (Gonçalo) não saía de lá”, assegurou Pieroni.
Outra contradição está no fato de como as duas crianças foram assassinadas. O caminhoneiro comentou que a filha foi estrangulada, mas o exame de necrópsia trouxe como “causa indeterminável”. “Como ele (Gonçalo) sabia que se tratava de estrangulamento?”, observou um policial.
Para o delegado, foi necessária a prisão temporária do caminhoneiro para poder garantir as investigações. “Só assim foi possível fazer as acareações que ajudaram e muito nos nossos trabalhos”, frisou.
Kely e Keverson foram enterrados no dia 6 de dezembro de 2004, numa cova rasa na estrada da Antártica, no bairro Ribeirão do Lipa, e os corpos só foram localizados duas semanas depois numa cova rasa com um corpo por cima do outro.
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