Novo presidente toma posse na Nigéria
Obasanjo foi eleito em 1999, após anos de regime militar no país, e serviu dois mandatos.
No entanto, o pleito que elegeu seu sucessor, em abril, foi apontado por observadores internacionais como fraudulento.
Sindicatos do país convocaram uma greve de dois dias em protesto aos supostos abusos eleitorais. Bancos e escolas fecharam e as ruas de Lagos, a maior cidade do país, ficaram vazias – embora isso também possa ter ocorrido em função dos feriados decretados na última hora, para segunda-feira e terça-feira, em comemoração à posse.
Alguns nigerianos estavam indiferentes à data. "A passagem de poder, qual a diferença que vai fazer?", perguntou Daniel Legusen, um comerciante da capital Abuja.
Despedida
Em transmissão ao vivo em rede nacional, na televisão, Obasanjo disse que a Nigéria era uma democracia mais estável e unida após seus dois mandatos.
"Pelos oito anos que tive o seu mandato e o seu apoio, nós mudamos a imagem do nosso país aos olhos de observadores justos, honestos e objetivos ambos de casa e do resto do mundo", falou.
"Nós dirigimos a mais longa distribuição democrática e eliminamos o risco de mudanças violentas de governo por meio de golpes e contragolpes em nossa cultura política."
Segundo o correspondente da BBC em Abuja Alex Last o novo presidente do país, um muçulmano vindo do norte da Nigéria, terá que provar sua independência de Obasanjo, que escolheu o seu sucessor e permanece presidente do partido da situação, o Partido Democrático do Povo (PDP).
O jornalista destaca ainda que Yar’Adua herdará muitos desafios do maior produtor de petróleo da África.
O ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, em 1986, Wole Soyinka disse à BBC que a Nigéria precisa de uma revolução para quebrar o ciclo de incompetência e liderança desumana.
"Acho que um país como a Nigéria necessita de uma revolução genuína, autêntica mas humana", disse.
De acordo com resultados oficiais, Yar’Adua venceu a eleição presidencial com maioria esmagadora. Ele prometeu introduzir reformas eleitorais.
Os dois principais candidatos da oposição disputam o resultado na Justiça.
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