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Internacional
Segunda - 28 de Maio de 2007 às 15:00

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O fechamento do canal de televisão RCTV, que saiu do ar na noite deste domingo com o vencimento do contrato de concessão, encerra uma forte batalha política empreendida pelos meios de comunicação na Venezuela desde 2001, dizem especialistas. A RCTV, que ficou 53 anos no ar, interrompeu sua programação por decisão do governo do presidente Hugo Chávez, que acusa o canal de "golpista".

Em seu último dia de transmissão, a RCTV exibiu um programa de despedida de 18 horas contínuas que, além de ter feito uma retrospectiva da história do canal, teve um conteúdo político, com discursos de diretores e funcionários da empresa pedindo resistência e luta pelas liberdades na Venezuela. O presidente Hugo Chávez, que acusa também a RCTV de ter apoiado o golpe de Estado contra ele em 2002, se manteve firme na decisão de não renovar a concessão, apesar de todos os protestos internos e externos.

Com o fim das emissões da RCTV, somente o canal de notícias 24 horas Globovisión, que em sinal aberto pega somente em Caracas e Valencia, está do lado da oposição. Os canais Venevisión e Televen, de maior alcance e que também participaram do empreendimento político com o governo Chávez, moderaram nos últimos anos seus espaços de opinião e informação.

A luta política vem utilizando a mídia como palco, principalmente os canais de televisão, sobretudo os de maior audiência. Para o sociólogo Tulio Hernández, a chegada à Presidência de Chávez, em fevereiro de 1999, "coincide com a derrubada do sistema de partidos políticos" que havia começado já nos anos 90.

"O movimento de oposição foi obra de organizações que não foram criadas para buscar o poder, mas para a defesa dos interesses parciais da sociedade: os sindicatos, os empresariados e os meios de comunicação", explicou o sociólogo. "Os meios do Estado se tornaram proselitistas e os canais privados, opositores", afirmou Hernández.





Fonte: AFP

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