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Polícia Brasil
Segunda - 28 de Maio de 2007 às 13:36

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O comandante geral da Polícia Militar, coronel Antonio Benedito Campos Filho, de 47 anos, não descarta um crime de sabotagem na simulação de seqüestro com refém que matou o garoto Luiz Henrique Dias Bulhões, 13 e feriu mais 14 pessoas na manhã de sábado, em Rondonópolis (Sul, a 220 km de Cuiabá). O comandante já afastou oito policiais entre soldados, cabos e sargentos, inclusive o comandante da operação, tenente Jean Carlos. O caso ganhou repercussão nacional e o governador Blairo Maggi pediu rigor na apuração.

Campos Filho foi taxativo: “Não descarto nenhuma hipótese. Vamos investigar todas as hipóteses. E tem mais. Eu vou acompanhar as investigações pessoalmente, do começo ao fim”. Recém-elevado a condição de comandante-geral da Policia Militar de Mato Grosso, esse será o primeiro grande desafio do oficial, além, evidentemente, de combater a criminalidade elevada em todo Estado.

A tese da sabotagem vem sendo levantada em função dos problemas que afligem a segurança pública, particularmente, a própria Polícia Militar. Há um certo de grau de insatisfação na tropa por causa das indefinições no que se refere a aumento dos vencimentos para os oficiais, de um lado, e estruturação da carreira para praças e soldados, de outro. O projeto “adormece” há meses na Assembléia Legislativa e o conjunto de projeto se transformou numa queda de braço política entre Governo e deputados.

Não bastasse isso, as circunstâncias com que o Comando anterior da PM se desfez. O coronel Adailton Evaristo de Moraes Costa deixou o cargo execrado por uma série de denúncias e por ação truculenta. A demissão dele havia sido exigida pelo governador Blairo Maggi por causa de episódio envolvendo a disputa por terras na região do Vale do Araguaia. Em outras palavras, a Polícia Militar de Mato Grosso vive dias de grande turbulência. A tragédia de sábado se constitui, no entanto, no ápice da crise, em que o próprio governador do Estado admite.

Sobre a tragédia em si, Campos Filho confirmou que o tiro que matou o garoto Luiz Henrique saiu de uma escopeta calibre 12 que estava nas mãos de um soldado. Na operação, segundo ainda o coronel Campos Filho, foram utilizadas armas tipo escopeta calibre 12 e fuzil calibre 762. Logo após a tragédia que mais uma vez manchou Mato Grosso no cenário nacional, foram apreendidas nove armas utilizadas na “simulação” Todas elas foram enviadas para perícia técnica para exame de balística. O resultado sai em 30 dias.

Além do inquérito aberto pela Polícia Civil para investigar um assassinato e 14 tentativas de homicídio, também foi aberto Inquérito Policial Militar (IPM) pela Corregedoria Geral da Polícia Militar. O presidente do inquérito, segundo o coronel Campos Filho, será o tenente-coronel Sampaio, que já está trabalhando no caso.

Para realizar a “simulação” desastrosa e criminosa na manhã de ontem, em frente à Escola Municipal Princesa Isabel, em Rondonópolis, o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Militar recebeu autorização do comandante do 5º Batalhão de Rondonópolis. O coronel Campos Filho confirmou a autorização, mas não confirmou se o comandante de Rondonópolis também será investigado. E se for preciso também será afastado de suas funções até o final das investigações.





Fonte: 24 Horas News

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