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Cidades/Geral
Segunda - 28 de Maio de 2007 às 13:20
Por: ADILSON ROSA

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Apesar de ter apenas oito quarteirões, o bairro Mapim está em peso no site de relacionamento Orkut com 25 comunidades - incluindo pessoas com pseudônimos - e dessas, cinco fazem apologia a violência contra jovens do Nova Esperança, um bairro vizinho. A incitação não fica somente nas frases como “vai morrer”, ou “meter bala”. Numa das comunidades, “Mapim vai morrer” - o autor aparece numa foto com duas armas na mão, sendo um revólver e uma pistola. Nas fotos internas do autor, aparece uma pessoa fumando maconha.

A maior parte das páginas e comunidades prega o ódio entre alguns jovens moradores dos dois bairros. Esse conflito é antigo e resultou em vários assassinatos nos últimos três anos. “A guerra que não tem fim nesses dois bairros de Várzea Grande”, traz a inscrição inicial da comunidade.

Para o delegado Antônio Carlos Garcia, que responde pela Delegacia Distrital do Jardim Glória, mais do que o crime de apologia ao crime, os membros da comunidade podem ser indiciados por outro crime - porte ilegal de armas e tráfico de drogas. “Temos que investigar se essas armas que aparecem nas fotos do Orkut são dessas pessoas e temos que apreendê-la e prender por porte ilegal de arma. Temos que checar se a droga é para uso ou para o tráfico”, informa.

Na página “Mapim Vai Morrer” aparece mais de uma foto com armas - uma delas com 12 entre pistolas e revólveres e carregadores em cima da e uma cama. A legenda ”será que o Mapim agüenta? Acho que não. Ele é muito fraco”. Em outra foto, dois rapazes fumando maconha. “Essas fotos são uma forma clara de incitação ao crime”, explica um policial plantonista. O nome do dono da página é ocultado.

A página “facção do Mapim” é mais impressionante ainda. Além da foto da página inicial ser um revólver calibre 38 cano longo, a legenda interna choca: “novinho pronto pra descarregar nos corró (jovens) do Nova Esperança”. São fotos de seis armas somente nesta página do Orkut. A legenda de uma das fotos não deixa dúvidas: O “100% mapim 100% atitude é nóis (sic) Mapim até a morte”. O autor da página não se intimida. Apresenta-se como “mais um guerreiro do Mapim não gosto dos caras do Nova Esperança passo fogo neles mesmo m.p. facção e 100% atentados”.

O autor da página “Facção do Mapim o que você crer só eu posso fazer” desenhou um revólver na apresentação. Nas fotos aparecem oito armas, a maior parte revólveres, e um rapaz fumando maconha. Aparecem fotos de vários rapazes. Para policiais do Jardim Glória, um deles deve ser o autor e os demais, amigos dele.

O delegado não vai entrar em contato com empresa gooogle.com para obter informações a respeito de quem são os autores das páginas que incitam a violência. Ele informa que, através das fotos, será possível identificar os autores. Para Garcia, é praticamente impossível chegar aos autores através dos IP (Internet Protocol) para saber quem criou a página. Por isso, é necessário fazer as investigações através das fotos.

O crime de porte ilegal de arma prevê prisão em flagrante e apologia ao crime, previsto no artigo 287 do Código Penal, detenção de três a seis meses ou pena revertida em prestação de serviço comunitário. Ao vasculhar as páginas do Orkut, os policiais descobriram vários nomes de jovens que serão chamados para prestar esclarecimentos.





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