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Nacional
Segunda - 28 de Maio de 2007 às 10:10

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Lucas Furtado, procurador da República no Tribunal de Contas da União, recebeu o dono da Gautama, Zuleido Veras, em seu gabinete. Segundo Furtado, a reunião aconteceu entre junho e agosto do ano passado.

De acordo com o procurador, Zuleido, que está preso acusado de integrar um grupo que fraudava obras públicas, defendia seus interesses no processo em que o TCU analisava obras de construção de barragens para um projeto de irrigação no rio Preto, que corre no Distrito Federal e em Goiás. As empreiteiras Gautama e LJA disputavam a obra. A posição de Furtado era a de que as obras deveriam ficar com a empreiteira LJA, empresa que resultou de uma cisão da própria Gautama.

"O próprio Zuleido me procurou em meu gabinete. É legítimo ele tentar me procurar", disse Furtado. Para o procurador, o dono da Gautama não teve nenhuma conduta imprópria na reunião. "Estou tranqüilo porque a minha atuação nesse processo foi sempre contra o interesse da Gautama."

Segundo Furtado, não houve encontro entre ele, o ministro do TCU Adylson Motta e o lobista Sérgio Sá na casa do ministro. "Esse encontro não aconteceu. Nunca vi Sérgio Sá", disse o procurador. "Alguém quis vender um parecer meu."

A revista "Veja" desta semana transcreve um diálogo entre Sérgio Sá e Zuleido, que teria ocorrido em 29 de agosto do ano passado. Pelo diálogo, teria havido um encontro entre o lobista, Motta e Furtado na casa do ministro do TCU. No encontro, Furtado teria levado seus pareceres sobre o processo.

Furtado explicou que o processo no qual Zuleido estava interessado teve origem em uma petição da LJA, que pretendia ficar com o contrato para execução das obras de construção de barragens. As obras eram do governo do Distrito Federal, mas tocadas com recursos da União, por meio de convênio.

No entendimento do procurador, a LJA teria direito de ficar com os contratos porque, no contrato de cisão, ficou estabelecido que a LJA seria a executora do projeto. Seu parecer foi nesse sentido e, em novembro passado, o plenário do TCU decidiu a favor da LJA.

De acordo com as investigações da Polícia Federal na Operação Navalha, em junho de 2006 o deputado distrital Pedro Passos (PMDB) teria aprovado, mediante pedido de propina, crédito suplementar no valor de R$ 3,5 milhões para a Gautama. A PF também investiga se funcionários e sócios da Gautama exerciam influência sobre ministros do TCU.





Fonte: Folha de S.Paulo

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