Famílias se revezam para visitar feridos em Rondonópolis

Quatro pessoas que ficaram feridas ontem durante uma simulação da Polícia Militar permanecem internadas no Hospital Regional de Rondonópolis, a 220 km de Cuiabá (MT). As famílias têm se revezado em frente ao hospital para ver os parentes e muitos passaram a noite no local aguardando notícias. Na ação, policiais militares que simulavam um resgate de reféns em um ônibus trocaram balas de festim por munição de verdade. Luiz Henrique Dias Bulhões, 13 anos, morreu e 11 pessoas ficaram feridas.

Entre os feridos internados estão dois adultos e duas crianças: o policial militar Gilberto Carlos Pires no Nascimentos, 29 anos, a professora Purcina Adriano Ferreira, 33 anos, Jessica Gonçalves Silva, 9 anos, e William Cesar Arruda Batista, 10 anos.

A mãe de Purcina, Marina Adriana Ferreira, afirmou que a filha conversa normalmente e está no setor de observação da emergência do hospital. Marina chegou cedo ao hospital nesta manhã, para ver a filha. Ela foi atingida por estilhaços de bala no olho. No momento do incidente, ela estava trabalhando na escola onde ocorria o evento Mutirão da Cidadania, da prefeitura da cidade.

"Não estou feliz. Minha filha estava trabalhando quando tudo aconteceu. Agora tudo parou. Ela tem três filhos para criar e trabalha em duas escolas", disse Marina. "Os filhos estão esperando em casa, preocupados, todos querem saber como ela está", completou. Purcina tem meninos gêmeos de 15 anos e uma menina de 14 anos.

A mulher do policial militar disse que o marido também trabalhava no momento do incidente. Ele fazia a segurança das crianças que assistiam à simulação do lado de fora do ônibus. Edileusa Maria Assunção Nascimento, 26 anos, é casada com Gilberto há 5 anos, e não tem filhos.