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Internacional
Domingo - 27 de Maio de 2007 às 08:36

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O presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, e seu primeiro-ministro, Viktor Yanukovich, chegaram a um acordo hoje sobre a data das eleições parlamentares antecipadas, que devem acontecer em 30 de setembro, fechando uma grave crise que deixou o país paralisado por quase dois meses.

Após negociações entre os dirigentes marcadas por comícios e movimentos de tropas, o que causou temor de que fosse usada a força como recurso para resolver a crise, Yushchenko e Yanukovich foram nesta madrugada à imprensa para anunciar o acordo.

Com eles, apresentou-se também o presidente da Rada Suprema (Parlamento), o socialista Alexandr Moroz, um dos mais ferrenhos opositores à realização de eleições legislativas antecipadas.

"As eleições não eram a melhor maneira para resolver a crise", disse Moroz, mesmo após assinar - junto com Yushchenko e Yanukovich - a declaração sobre o acordo.

O Partido Socialista chegou à atual legislatura como parte das forças que apoiavam Yushchenko, do Partido Nossa Ucrânia. No entanto, mudou de grupo pouco depois e se uniu à coalizão do Partido das Regiões, de Yanukovich, e ao Partido Comunista. Segundo muitos analistas, isso poderia custar a representação socialista na Rada.

O acordo apresentado hoje deixa o presidente ucraniano a salvo de um processo de destituição, pois reconhece a legalidade do decreto pelo qual ele antecipou as eleições parlamentares.

"Diria que o mecanismo que preparamos garante o cumprimento de todos os compromissos sem necessidade de apelar a nenhuma instituição", disse Yushchenko, descartando a possibilidade de que alguma decisão do Tribunal Constitucional possa afetar os novos planos.

Em troca, Yanukovich, que já tinha manifestado seu apoio à antecipação, conseguiu - como tinha reivindicado - que o pleito seja realizado no final de setembro, e não em 24 de junho, como queriam o chefe de Estado e seus partidários.

A data das eleições é um assunto de extrema importância, já que o Governo e seus recursos estão nas mãos de Yanukovich. Com isso, os partidários de Yushchenko temem que o primeiro-ministro use os instrumentos governamentais a serviço de sua campanha.

Segundo o acordo, o Parlamento se reunirá em 29 e 30 deste mês e aprovará as leis necessárias para garantir a transparência das eleições antecipadas.

Assim, no entanto, surge um certo grau de incerteza em relação à viabilidade do compromisso, pois as mudanças de opinião, as rupturas de pactos e a criação de novas alianças de última hora são uma prática muito freqüente na Rada.

Na declaração conjunta, Yushchenko e Yanukovich concordaram em mudar a composição da Comissão Eleitoral Central (CEC), para que as eleições cumpram os padrões europeus.

Além disso, o Governo e a CEC devem elaborar um censo eleitoral informatizado, o que ajudará a evitar irregularidades.

"A Ucrânia sai mais fortalecida da crise do que era em abril.

Encontramos uma solução de compromisso e uma via democrática.

Mostramos que somos forças democráticas", disse Yushchenko, ao anunciar os acordos.

O chefe de Estado destacou que os eventos dos dois últimos meses deixaram em evidência a necessidade de emendas à Constituição ucraniana.

A tensão chegou a seu ponto alto no sábado, quando foi anunciado que milhares de soldados do Ministério do Interior se dirigiam a Kiev, e que tinham sido bloqueados pela Polícia e por partidários de Yanukovich. No dia anterior, Yushchenko tinha tomado o poder direto sobre essas tropas.

O dirigente negou hoje que tivesse dado ordem de enviar tropas à capital para proteger as sedes da Procuradoria Geral e do Tribunal Constitucional, alegando que ordenou a alocação de cerca de 2 mil soldados para garantir a segurança durante o Dia da Cidade e a final da Copa da Ucrânia, à qual Yushchenko e Yanukovich devem comparecer juntos.





Fonte: EFE

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