STJ suspende depoimentos depois de manter prisão de funcionário da Gautama

A ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Eliana Calmon manteve a prisão do funcionário da Gautama no Piauí João Manuel Soares, acusado de participar de esquema de fraude de licitações. O depoimento de Soares terminou por volta de 19h.

No fim da tarde, Calmon havia revogado a prisão de Dimas Soares de Veras, irmão do dono da Gautama, Zuleido Soares de Barros Veras, suspeito de ser o chefe do suposto esquema. Com isso, apenas nove dos 48 detidos na Operação Navalha continuam presos.

Calmon adiou para segunda-feira o depoimento de outros cinco investigados. A ministra chegou a pedir que eles fossem levados para o tribunal, mas preferiu ouvi-los na segunda-feira.

Faltam prestar depoimento o filho de Zuleido, Rodolpho de Albuquerque Soares de Veras, a funcionária Tereza Freire Lima e o administrador Henrique Garcia e os diretores da Gautama Abelardo Sampaio Lopes Filho e Gil Jacó Carvalho Santos.

Advogados da Gautama entraram hoje no STF (Supremo Tribunal Federal) com pedido de habeas corpus para Zuleido, para os diretores da empresa Maria de Fátima Palmeira e Vicente Vasconcelos.

Fátima depôs hoje e ontem por quase nove horas. O tribunal informou, porém, só ter recebido oficialmente o pedido de liberdade de Vasconcelos. O ministro do STF Gilmar Mendes analisou o documento e pediu mais informações.

Hoje de manhã, Fátima continuou depoimento iniciado na sexta-feira. A ministra decidiu manter a diretora presa. Zuleido, que deporia hoje, se recusou a falar.

Outro lado

A advogada da Gautama, Sônia Rao, declarou hoje que a manutenção da prisão de Fátima "é uma injustiça". "Não há nenhum motivo e nenhum pressuposto para a prisão preventiva. Acredito que a ministra vai soltá-la depois do depoimento do Zuleido", disse a advogada. Ela não quis comentar o depoimento porque o inquérito corre em segredo de Justiça.