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Economia
Sábado - 26 de Maio de 2007 às 05:39
Por: Valéria Cristina

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O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, anunciou ontem o projeto de um novo álcoolduto que exclui Mato Grosso dos planos da estatal em detrimento da capital do vizinho Mato Grosso do Sul. A notícia caiu como uma bomba no evento de comemoração do Dia da Indústria, realizado ontem em Cuiabá. Surpreso com a notícia, o secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alexandre Furlan, disse que o anúncio contraria todas as promessas feitas pelo governo federal ao governo de Mato Grosso. O projeto deveria ser um duto ligando Cuiabá ao porto de Paranaguá (PR). Mas o que a Petrobras divulgou ontem coloca Campo Grande no lugar da capital mato-grossense. "Não entendo como Mato Grosso pode ser alijado desse processo, se tem um dos maiores potenciais de produção de álcool e etanol do país". Para Furlan, a decisão do governo federal demonstra nitidamente que o Estado está fora do contexto de crescimento do Brasil.

Este é o segundo álcoolduto anunciado pela Petrobras. O primeiro, que ainda nem teve as obras iniciadas, liga a cidade de Senador Canedo (GO) ao porto de São Sebastião, em Paulínea (SP). Tanto este, quando o de Paranaguá devem ter aproximadamente 900 quilômetros e custar em torno de US$ 2 bilhões. A intenção é preparar o país para o aumento das exportações de etanol, principalmente para a Ásia. Pouco antes do almoço em comemoração ao Dia da Indústria, Furlan frisou que a situação demanda uma gestão política enérgica. "Se o nosso governador apoiou o presidente Lula no segundo turno, Mato Grosso deveria ser tratado com mais deferência". O secretário contou que, sem fazer alarde, ele e o governador Blairo Maggi tinham programado uma visita à Petrobras na semana que vem para tratar justamente da questão do álcoolduto.

Conforme Furlan, a possibilidade da obra vinha sendo tratada com cautela justamente para não criar falsas expectativas, como aconteceu no caso da suposta instalação de uma fábrica de fertilizantes da Petrobras em Cuiabá, que não chegou a acontecer. Agora, o secretário defende que o assunto seja tratado em nível de Presidência da República.

Durante sua fala aos empresários presentes ao evento da indústria, representando o governador, Furlan frisou que o Brasil nem sempre tem pensado Mato Grosso da forma estratégica como deveria. "Precisamos mostrar que Mato Grosso é e será o grande responsável pelo desenvolvimento do país".




Fonte: Diário de Cuiabá

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