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Agronegócios
Terça - 16 de Abril de 2013 às 13:17

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O que parece miúdo aos olhos do produtor tem se tornado um problema cada vez maior para a cadeia produtiva da bovinocultura brasileira. O saldo desse prejuízo supera a casa dos US$ 10 bilhões por ano. A constatação do tamanho do problema causado pelos ecto e endoparasitas foi tema de abertura do primeiro Simpósio Internacional sobre Controle de Carrapatos e Doenças Transmitidas, realizado na Unidade Gado de Corte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ontem, em Campo Grande (MS).


 
A palestra, proferida pelo professor de parasitologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Laerte Crisi, revelou a extensão atual do problema da parasitose na pecuária brasileira. De acordo com Crisi, em 1986, estimava-se um prejuízo anual US$ 2.98 bilhões para casos ligados a ectoparasitas. Hoje, o prejuízo mais do que quadruplicou, chegando a US$ 18 bilhões por ano, somando os casos de ecto e endoparasitas.


 
Nesse contexto, a contabilidade da pesquisa revela ainda que as verminoses são responsáveis por um prejuízo de US$ 6,34 bilhões, seguido do berne que responde por US$ 4 bilhões em perdas. Já a mosca-dos-chifres e dos estábulos, juntas, representam um impacto de mais de US$ 3 bilhões por ano. A bicheira, outro problema que afeta o produtor, atinge a casa de US$ 83,5 milhões em prejuízos. Por último, mas não menos importante, o carrapato-do-boi acarreta US$ 3,957 bilhões por ano de danos para a produção de leite e de corte.


 
Segundo o professor Romário Cerqueira Leite da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também integrante da pesquisa, o status atual do cenário da parasitose no Brasil mostra nitidamente que a forma de controle químico não é o suficiente para evitar as perdas. Em sua opinião, a prática deve integra-se a um programa estratégico de combate, caso contrário, o problema sempre será enfrentado em desvantagem. “Não dá para confiar mais no produto 100% eficaz. Isso não existe. Precisamos mudar nossa prática. Temos que ter em mente que os parasitas vão exigir cada vez mais de nós. É necessário, por isso, que mudemos o rumo do trabalho que estamos fazendo no campo”, alerta.


 
Para reduzir esse avanço é fundamental que haja uma mudança nas práticas de combate. Um dos principais gargalos é a insistência no uso de produtos químicos como forma mais eficaz de combate, sem associá-lo a um controle estratégico. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Renato Andreotti e Silva, o fato de a resistência estar disseminada como revela as pesquisas, “é necessário formular uma política de uso de produtos químicos para o controle do carrapato, porque se isso não acontecer não haverá mais alternativa econômica para o problema em curto prazo. Acreditamos ser esse um dos objetivos do Simpósio”, afirma Andreotti.





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