Bolívia não tem gás suficiente para exportar para Cuiabá
As autoridades consultadas pelo jornal de La Paz revelam que a divergência adiou a assinatura do respectivo contrato, aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo chefe de Estado da Bolívia, Evo Morales, em fevereiro passado.
Na época, os líderes definiram que o Brasil aumentará o pagamento pelo gás natural, de US$ 1,09 para US$ 4,2 por milhão de BTU (unidade térmica britânica), e que a Bolívia elevará o volume de abastecimento do combustível a Cuiabá (MT), de 1,2 milhão para 2,2 milhões de metros cúbicos diários.
Esse preço devia ser aplicado desde 15 de maio passado, segundo o ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas.
As fontes do jornal afirmam que o Governo Morales "não se compromete" a cumprir o volume demandado por Cuiabá, "porque atualmente não tem os volumes suficientes para cobrir maiores demandas".
O "La Razón" lembra que os compromissos da Bolívia somam 45,5 milhões de metros cúbicos diários de gás, enquanto a produção total do país é de 41 milhões de metros cúbicos, segundo dados da Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos (CBH), que reúne as empresas petrolíferas.
Do total de gás natural comprometido para exportação pela Bolívia, 30 milhões de metros cúbicos diários estão contratados pelo Brasil para o mercado de São Paulo.
No Ministério de Hidrocarbonetos da Bolívia e na estatal YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), seus porta-vozes disseram que o tema está sendo analisado pelas autoridades para fixar uma posição.
A YPFB retomou o monopólio sobre o setor dos hidrocarbonetos após a nacionalização decretada pelo governo Morales em 1° de maio de 2006, sendo a responsável pela produção e comercialização de todos os produtos energéticos da Bolívia.
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