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Internacional
Sexta - 25 de Maio de 2007 às 05:50

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O líder radical dos xiitas iraquianos Moqtada al-Sadr, depois de quase quatro meses de exílio voluntário no Irã, voltou "discretamente" ao Iraque, informaram hoje os jornais americanos "The New York Times" e "The Washington Post".

Os dois afirmam que Sadr terá que enfrentar um "racha" nas milícias do Exército Mehdi, devido à intensificação das operações militares dos Estados Unidos em Bagdá.

O clérigo xiita, que para seus seguidores é descendente do profeta Maomé, cruzou a fronteira entre Irã e Iraque há quase uma semana e se instalou na localidade de Kufa, perto de Najaf, segundo o "NYT"", que cita "informações dos serviços secretos" dos EUA, e o "Washington Post", que cita dois generais americanos.

O "número dois" do comando americano no Iraque, tenente-general Raymond Odierno, e o major-general Joseph Fil, comandante da Primeira Divisão de Cavalaria, que lidera a atual ofensiva em Bagdá, acreditam que Sadr pode pronunciar uma homilia em sua mesquita, em Kufa, nesta sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos.

"Ele tem uma influência enorme sobre a população, portanto é importante prestar atenção nas suas ações", comentou Fil ao "Wasington Post".

Odierno revelou ao jornal que, segundo alguns analistas, Sadr poderia estar disposto a "entrar em negociações secretas com os EUA". Seria uma grande mudança de atitude. O Exército Mehdi, chefiado pelo clérigo, travou violentos combates com as forças americanas em 2004.

Sadr foi para o Irã pouco antes de os EUA intensificarem suas operações militares na capital. Ele não quis que o Exército Mehdi opusesse resistência. A passividade, aparentemente, irritou parte das milícias, e algumas unidades atacaram a fortemente protegida "zona verde" no centro da capital, segundo Fil.

O próprio secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, comentou em março que "claramente existem divisões dentro do movimento, provavelmente exacerbadas pela ausência de Sadr".

Sadr exigiu que o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, estabelecesse um prazo para a retirada total das forças estrangeiras. Como o governante não atendeu ao seu pedido, ele ordenou a retirada, há pouco mais de um mês, os seis ministros do Movimento Sadrista que integravam o gabinete.

O Movimento Sadrista ainda conta com 30 das 275 cadeiras do Parlamento iraquiano.





Fonte: EFE

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