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Internacional
Sexta - 25 de Maio de 2007 às 05:25

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O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, determinou que todas as emissoras de TV e rádio do país passem a veicular duas horas de propaganda governamental por dia.

Segundo o presidente, essa medida é necessária para neutralizar o que ele define como uma "campanha de desinformação" sobre sua administração e permitir que o governo explique uma série de projetos que estão em andamento.

Durante 10 dias, a partir da próxima segunda-feira, das 22h às 24h (hora local), cerca de 500 estações de rádio e cem canais de televisão serão obrigados a transmitir em cadeia nacional discursos e entrevistas com o presidente e com seus ministros.

Eleito em novembro de 2005, Zelaya mantém relações difíceis com a mídia de seu país.

O presidente já acusou os proprietários das empresas de comunicação de Honduras de explorar os problemas políticos e sociais do país para enriquecer.

No mês passado, Zelaya fracassou em uma tentativa de fazer com que o Congresso proibisse a publicação de reportagens sobre crimes violentos - um dos principais problemas do país.

Críticas

Assim que a nova medida foi divulgada, o principal sindicato de jornalistas de Honduras pediu que Zelaya volte atrás na decisão, na qual empregou poderes especiais raramente usados por governos eleitos democraticamente.

O sindicato comparou a decisão a medidas usadas pelos governos militares que comandaram o país até o início da década de 1980.

O principal partido de oposição disse que o presidente está se tornando autoritário. A medida também foi criticada por legisladores hondurenhos e até por integrantes do partido governista.

"Estamos em um país democrático e não se pode ultrajar aqui a empresa privada", disse o presidente do Congresso Nacional, Roberto Micheletti, que pertence ao Partido Liberal, o mesmo de Zelaya.

A decisão de Zelaya ocorre em um momento em que a liberdade de imprensa na América Latina vem sendo vigiada de perto.

No domingo, a emissora venezuelana Radio Caracas Televisión (RCTV) sairá do ar. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se recusa a renovar a concessão do canal, que acusa de ter apoiado o golpe contra ele em 2002.




Fonte: BBC

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