Governo tenta acordo com PF para impedir greve geral

BRASÍLIA - O governo admitiu pagar ainda este ano uma parcela de 6% do reajuste de 30% prometido aos policiais federais e aproximou-se de um acordo com a categoria, que está em estado de greve há dois meses e nesta quinta-feira encerrou uma paralisação de advertência de três dias.

Nesta quinta-feira, devido à greve, os passageiros esperaram pelo menos duas horas para embarque em vôos internacionais. Em Guarulhos, apenas dois guichês estão funcionando e fila alcançava, por volta das 21 horas, quase um quilômetro.

A rodada de negociações começou às 18h, com técnicos dos Ministérios do Planejamento e da Justiça, e até às 21h não havia sido concluída. Os representantes dos servidores da PF exigem uma fatia maior, 15%, ainda este ano.

A proposta final do governo será analisada a partir desta sexta-feira em assembléias das entidades representativas do pessoal da PF em todos os Estados. Caso não haja acordo, a categoria ameaça deflagrar uma greve geral, o que prejudicaria as operações em curso, como a Hurricane, que investiga esquema de venda de sentenças e a Navalha, que desmantelou uma quadrilha especializada em fraudes em licitações, além de causar transtornos em aeroportos e portos de todo o País.

Os 30% cobrados pelos federais estão previstos no acordo assinado pela categoria com o governo na data-base de 2006. O governo alegou, porém, que o reajuste afetaria as contas públicas e atrapalharia a nova programação orçamentária adotada para viabilizar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Depois de duas paralisações de advertência, o governo reconheceu a dívida, mas queria pagá-la em três parcelas de 10%, em 2008, 2009 e 2010. Depois encurtou o prazo para duas parcelas de 15%, a partir de 2008. Agora concorda em pagar 6% este ano, 12% em 2008 e os 12% restantes em 2009.