Emprego não tem crescido como o esperado, diz IBGE
Para Azeredo, a expectativa era que a queda dos juros do Brasil e o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já estivessem mostrando reflexos no emprego.
O IBGE divulgou hoje uma taxa de desemprego de 10,1% em abril, exatamente igual à apurada em março. "Não ocorreu ainda o esperado ponto de inflexão na taxa, parece que o cenário econômico não está aquecido o suficiente para melhorar o mercado de trabalho", disse Azeredo.
Para ele, "precisam acontecer grandes obras para gerar uma entrada forte (de pessoas) no mercado de trabalho, para reduzir a taxa de desocupação que hoje está em dois dígitos".
O gerente da pesquisa ressalta que há continuidade da melhoria qualitativa do mercado, com aumento da formalidade e do rendimento, mas "é necessário que haja resultados mais expressivos em termos quantitativos".
Na comparação com os dados de março, o número de ocupados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas caiu 0,3% em abril, com menos 68 mil vagas.
Para Azeredo, a variação porcentual não é estatisticamente significativa "mas é preocupante, pois pode significar uma tendência de queda", no momento em que se esperava a geração de vagas.
Desocupados em São Paulo
Azeredo apontou, ainda, que o número de desocupados em São Paulo permanece elevado e esse é um dos principais fatores que impedem a queda da taxa de desemprego na média das seis principais regiões metropolitanas do País.
A região metropolitana de São Paulo, que representa 40% do emprego nas seis regiões avaliadas, registrou uma taxa de desemprego de 11,6% em abril, de 11,5% em março. Na média das seis regiões, a taxa em abril ficou em 10,1%.
Azeredo disse que é "preocupante" que o número de desocupados em São Paulo, que tinha aumentado 10,4% em março em relação ao de fevereiro, não tenha cedido em abril, mantendo muito elevado o número dos que procuram por uma vaga e somaram 1,13 milhão de pessoas no mercado de trabalho paulista.
"Há procura alta e não estão sendo gerados postos de trabalho a ponto de absorver a desocupação, a taxa está sendo pressionada por um grande número de pessoas procurando emprego", afirmou.
Além disso, ele destacou também que, pelo segundo mês consecutivo, São Paulo mostrou queda do rendimento real em relação ao do mês anterior, com recuo de 0,7% em abril em comparação com o de março.
Para Azeredo, o lado positivo do mercado de trabalho paulista é a formalização. Em abril, em relação a março, o número de empregados com carteira na região aumentou 1,8%, enquanto o dos chamados "por conta própria", considerados informais, diminuiu 5,2%.
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