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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quinta - 24 de Maio de 2007 às 08:11

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Um editorial do jornal britânico Financial Times diz nesta quinta-feira que o Brasil está vivenciando "uma janela única de oportunidades" para consolidar os avanços econômicos conquistados nos últimos anos.

Para aproveitá-la, no entanto, as elites políticas brasileiras devem "abandonar seus interesses próprios" e encorajar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a "estabelecer uma estratégia mais ambiciosa" para o país, diz o texto.

O artigo, intitulado "A grande chance de Lula", afirma que "com expansão constante, apesar de pouco espetacular, cinco anos de superávit primários e uma moeda em apreciação (…), a economia do Brasil se encontra sem dúvida sobre uma base firme".

Mas o FT diz que, para consolidar esse progresso recente, o país necessita de reformas cuja importância já foi reconhecida inclusive pelo presidente Lula, como a do sistema previdenciário e trabalhista.

"Não será fácil impulsionar uma mudança. Líderes sindicais do Partido dos Trabalhadores de Lula já expressaram sua oposição. Há poucos meses, membros importantes negaram a possibilidade de reforma trabalhista."

O jornal alerta que "muita liquidez e preços de commodities altos continuam a favorecer o Brasil num futuro previsível. Essas condições, entretanto, podem não durar para sempre".

"O Brasil tem uma janela única de oportunidade. As elites políticas do Brasil devem abandonar os interesses próprios e levar Lula a promover uma estratégia mais ambiciosa."

Outros destaques da imprensa

Em outra matéria sobre o Brasil na imprensa internacional, o jornal Washington Post destaca o desafio do "novo governador" do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, contra um "velho problema": o tráfico de drogas.

A matéria discute a eficiência da visão de Cabral, admirador da política de 'tolerância zero' do ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani.

O executivo carioca pediu intervenção do Exército para ocupar as favelas, prometeu construir mais prisões e afirmou que combateria a corrupção na polícia, destacou o jornal.

"Críticos de Cabral dizem que sua visão está contaminada pelas mesmas falhas que impediram governos desde os anos 1980s de solucionar o problema", afirma o Post.

Entretanto, o prefeito defende seu posicionamento, alegando que medidas duras são necessárias para combater a criminalidade no atual nível.

Segundo o Post, a corrupção e a falta de recursos continuam sendo "os maiores obstáculos para uma mudança de longo prazo".

Papa

A retificação do papa Bento 16 de declarações sobre a evangelização dos índios americanos também ganhou as páginas dos jornais.

Dias depois de haver dito, durante sua viagem ao Brasil, que a evangelização na América Latina não foi imposta pelos missionários católicos após o Descobrimento, o papa reconheceu que houve "excessos" no processo.

O jornal International Herald Tribune não deixou passar o detalhe de que a tentativa de correção foi feita em inglês para uma multidão que escutava o papa na Praça São Pedro, em Roma.

Normalmente, o pontífice faz o grosso de sua prece em italiano, com apenas alguns trechos em outras línguas.

Ecoando questões levantadas em toda a imprensa, o argentino La Nación lembrou que não é a primeira 'gafe' de papa Bento 16 – outra que causou polêmica foi citar um imperador bizantino que qualificava de 'violentos' os muçulmanos – e questionou:

"Será Benedito 16 um papa com pouco faro político? Ninguém revisa os seus discursos? Ou ninguém se atreve a contradizê-lo na hora de apontar os erros, ou frases pouco 'politicamente corretas'?"

Mas o Los Angeles Times foi mais cético, e viu na retificação do papa "uma situação quase idêntica aos comentários do pontífice que insultaram os muçulmanos no ano passado."

"Depois (do incidente), ele pediu desculpas pela dor que seus comentários causaram, mas não pelos comentários em si."

Para o LA Times, a declaração de Bento 16 "não foi bem um mea culpa":

"Claramente este papa tem um longo caminho a percorrer na compreensão da verdade sobre a colonização e a história das conversões religiosas nas Américas".





Fonte: BBC Brasil

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