Rússia suspende compra de carne dos frigoríficos de Mato Grosso

O mercado está apreensivo com embargo da Rússia à carne brasileira. A restrição atinge uma indústria de Barra do Garças, que beneficia carne bovina, e outra de Nova Mutum, que trabalha com suínos.

Ainda não se sabe claramente, qual o motivo do embargo russo. O Ministério de Relações Exteriores suspeita de falha no preenchimento do formulário de Certificado Sanitário, o documento que garante a qualidade da carne brasileira. Em Mato Grosso, este simples problema burocrático pode desequilibrar a balança comercial do estado.

O complexo carne responde por 15% das exportações do estado e o mercado russo é o maior comprador individual do produto mato-grossense. Para o consultor Luiz Carlos Meister, o impasse deve ser resolvido em poucos dias.

“Já está havendo gestões no sentido de que estabelecimentos de Mato Grosso e de outros estados, até o final desta semana, sejam considerados reabilitados novamente para exportar carne para a Rússia”, disse Luiz Carlos Meister, consultor de pecuária da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato).

Mato Grosso não registra casos de febre de aftosa há 11 anos. Mas, no ano passado, ficou 10 meses impedido de vender carne para a Rússia por causa do surgimento de focos da doença, no vizinho Mato Grosso do Sul. O Sindicato dos Frigoríficos (Sindifrigo) diz que, desta vez, não há um motivo justo e critica a burocracia imposta pelos russos.

“Eu prefiro acreditar que não haja nenhum motivo. Simplesmente deve ser algum equívoco em alguma informação. O Brasil hoje é totalmente dependente da exportação, o mercado da Rússia é um mercado que nos interessa muito e tem um volume considerável que a gente exporta pra aquele país. Então com esse embargo hoje desses dois frigoríficos, ficou muito complicado para o mercado brasileiro”, disse Luiz Antônio de Freitas, presidente do Sindicato dos Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo).