Convergência de telefonia fixa e móvel vai demorar
As operadoras têm dificuldades para encontrar clientes interessados em pacotes combinados de serviços fixos e móveis, que são complicados de montar e não oferecem muita flexibilidade na escolha de aparelhos, segundo executivos da indústria que participam de uma conferência sobre convergência em Amsterdã. O encontro termina na quinta-feira.
A Deutsche Telekom, da Alemanha, neste ano descartou o produto T-One, que permite a usuários usar um único aparelho para fazer telefonemas baratos via linhas fixas domésticas e obter acesso às redes móveis enquanto estão fora. O serviço havia atraído apenas alguns milhares de usuários.
Jacques Veyrat, presidente-executivo da Neuf Cegetel, que opera principalmente com telefonia fixa, disse no começo do mês que o número de clientes da empresa francesa que optaram pelo pacote combinado de serviços fixos e móveis representa apenas uma pequena fração do total de 150 mil assinantes de serviços móveis de que a empresa dispõe.
Muitas operadoras que oferecem esse tipo de serviço o vêem simplesmente como forma de estimular a lealdade de parte dos seus consumidores aos serviços fixos, e relutam em oferecer recursos adicionais que envolvam outros aparelhos e redes.
"No momento, não estamos oferecendo mais do que redução de custos", disse Sebastião Boanerges, da Brasil Telecom, durante a conferência. Mas a verdadeira convergência seria diferente, segundo Michael van Veen, gerente de desenvolvimento de negócios da Cable & Wireless.
"Meu filho usa jogos, serviços de mensagem instantânea e telefonia em vídeo. Não quer saber da diferença entre computador de mesa, laptop e aparelho portátil. O que ele deseja é usar os serviços, e ele não compreende porque eles funcionam em um aparelho, mas não nos demais", afirmou. "Isso seria a verdadeira convergência, mas no momento ela não está disponível", acrescentou.
Comentários