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Nacional
Terça - 22 de Maio de 2007 às 23:28

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SÃO PAULO - A reitora da Universidade de São Paulo (USP), Suely Vilela, cedeu nesta terça-feira, 22, a três novas reivindicações dos alunos que, há 21 dias, ocupam o prédio da reitoria. Além da oferta, feita anteriormente, de mais de 300 moradias estudantis e do prosseguimento das negociações, ela concordou em expandir o serviço de restaurantes e ônibus para os fins de semana e aceitou recuar em uma votação sobre regras para jubilação. Também aceitou esperar até a manhã de hoje para ter a resposta. Até o fechamento desta edição, uma assembléia de alunos estava em andamento.

Caso os alunos não saiam, o coronel Joviano Conceição Lima, comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, disse que irá pessoalmente à reitoria hoje para explicar como será feita a reintegração de posse, já concedida pela Justiça. Caso haja resistência, a polícia poderá entrar no local e prender os alunos.

A nova e mais branda posição da universidade veio após 10 dias de postura irredutível. Desde o dia 10, ela se recusava a negociar além da oferta inicial. Na segunda-feira, Suely impôs um ultimato, até a meia-noite, para a aceitação de sua proposta. A alternativa seria a reintegração de posse. Expirado o prazo, porém, aconteceu o oposto do esperado. Durante a noite, muitos estudantes chegaram ao local, com colchões e sacos de dormir.

Os manifestantes se aqueciam ao redor de uma fogueira do lado de fora, onde uma roda de samba durou até as 4h. Eles jogavam futebol e bebiam cerveja. Tanta tranqüilidade frente à iminência de uma intervenção teve base na informação de que nenhuma força seria aplicada.

O único tumulto durante o dia aconteceu no Instituto de Física. Durante um piquete, o professor Élcio Abdalla decidiu furar a barreira de carteiras para chegar à sala de aula. Ao ser impedido por grevistas, jogou uma carteira para o alto e tentou sair do local, também encontrando resistência. O episódio foi registrado em vídeo por um aluno.

Democracia

Grandes decisões são feitas em assembléias com até 2.000 estudantes. Mas todos os assuntos cotidianos são resolvidos em plenárias diárias dentro da ocupação, com votos de quem estiver lá no momento. “É tudo horizontal, todas as decisões são feitas com base na maioria”, explica Wady Issa Ferreira, que ontem ocupava o cargo rotativo de representante do movimento.

Além de resoluções quanto à organização e manejo com a imprensa, até assédio sexual foi pauta de plenária (veja quadro). Ninguém foi excluído até agora. Mas o Diretório Central dos Estudantes (DCE), que havia divulgado uma nota a favor da desocupação na semana passada, foi expulso da comissão de negociação. “Achamos ruim, queríamos mais democracia interna”, disse uma das diretoras, Léa Marques.





Fonte: Estadão

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