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Grandes diretores vêem o futuro e dizem que é tridimensional
Se alguns importantes cineastas de Hollywood e uma banda de rock irlandesa concretizarem seus planos, os espectadores de cinema em breve estarão de volta ao futuro, mas desta vez todos equipados de novos óculos angulares para assistir a filmes em 3-D.
Na semana passada, a nova fase da experiência cinematográfica realizou um importante salto, quando Steven Spielberg e Peter Jackson assinaram com o estúdio Paramount DreamWorks para produzir e dirigir uma trilogia de filmes em 3-D protagonizados pelo intrépido herói belga dos quadrinhos Tintin.
E no sábado, quase uma hora de imagens em 3-D de um show do grupo de rock irlandês U2 foram exibidas no festival de Cannes.
Como demonstra U2 3D, a nova tecnologia tridimensional não se assemelha em nada ao 3-D usado em filmes do passado. O filme sobre a banda oferece à audiência a experiência palpável de estar presente, com a câmera rodeando o rosto de Bono e depois subindo em alta velocidade para mostrar a platéia de 60 mil pessoas.
E ainda que a nova versão continue a requerer que os espectadores usem óculos, não são mais os velhos modelos com uma lente vermelha e uma verde, mas esguios óculos de lentes escuras.
"Trata-se de uma experiência diferente, muito mais voyeurística", disse Jon Landau, produtor de Avatar, o ambicioso e caro filme de James Cameron sobre uma batalha entre alienígenas e humanos, atualmente sendo filmado em 3D usando uma combinação de animação em computador e tecnologia de captura de movimentos.
"A tela sempre foi uma barreira emocional para a platéia. Um bom sistema 3-D faz com que a tela desapareça. E quando ela o faz é como se a pessoa estivesse observando o mundo da janela", diz Landau.
Mas não se trata de uma visão completamente clara, por enquanto. Até agora, sistemas de projeção digitais foram instalados em 2,3 mil das 37 mil salas de cinema existentes nos Estados Unidos, e a projeção em 3-D só está disponível em 700 dessas salas.
Os proprietários de cinemas têm demorado a atualizar suas empresas com os dispendiosos projetores digitais, e não está claro ainda se a maioria dos espectadores norte-americanos estará disposta a pagar US$ 1 ou US$ 2 a mais por ingresso para assistir a filmes em 3-D.
Os filmes em 3-D floresceram inicialmente no começo dos anos 50, quando títulos como Bwana Devil, House of Wax e Melody, da Disney, apresentaram às platéias as delícias e os incômodos do uso dos óculos especiais. Mas devido a uma combinação entre complexidades tecnológicas, cansaço nos olhos e falta de longas-metragens atraentes, muitos dos filmes em 3-D eram produções de terror ou eróticas, o que sempre manteve esse formato de filmes à margem dos grandes mercados cinematográficos.
O surgimento dos filmes em formato Imax e os avanços tecnológicos dos últimos anos, no entanto, atraíram o interesse dos principais diretores de Hollywood. Cameron, que produziu o documentário Ghosts of the Abyss em 2003 no sistema Imax 3-D, está usando tecnologia de captura de movimentos e computação gráfica para produzir personagens realistas e mundos fantasiosos para Avatar.
O filme será lançado pela Twentieth Century Fox, a um custo estimado em US$ 200 milhões, em 2009. A versão principal do filme será a destinada às salas com projeção 3-D. (Landau contou que Cameron estudava os copiões diários do filme usando os óculos especiais.)
O público terá outra oportunidade de experimentar o novo método em Beowulf, drama de aventura dirigido por Robert Zemeckis, que sai em novembro pela Paramount e Warner Brothers, sempre que possível em cópia 3-D.
E a DreamWorks Animation SKG anunciou que todos os seus futuros filmes serão em 3-D, a partir dos lançamentos previstos para 2009.
"Creio que essa seja a maior oportunidade de renovar a experiência cinematográfica dos espectadores desde o advento dos filmes coloridos", disse Jeffrey Katzenberg, presidente-executivo da DreamWorks Animation, em mensagem de e-mail.
"Já faz mais de 60 anos que não temos uma grande inovação ou melhora da experiência dos espectadores nas salas de cinema". Ele previu que, a partir de 2009, "porcentagem significativa dos maiores filmes será produzida e exibida nesse formato".
O apoio cada vez mais amplo aos filmes 3-D entre os grandes diretores e estúdios de Hollywood surge em um momento crítico para o setor de cinema, que está enfrentando concorrência ampliada pelo tempo que os consumidores dedicam ao lazer, da parte de home theaters, videogames e da Internet. E o avanço resolve, ao menos temporariamente, os problemas gerados pelo próspero comércio de filmes piratas. Não é fácil gravar um filme em 3-D em uma sala de exibição, porque, a olho nu, a imagem é indistinta. E por enquanto não existe maneira de exibir em DVDE um filme tridimensional.
O avanço rumo aos filmes em 3-D também pode ser o ímpeto necessário a estimular as salas de exibição a substituir os projetores de filmes em película por modelos digitais, dizem os executivos do setor. Um projetor digital pode custar cerca de US$ 100 mil, quantia que se provou proibitiva para muitas das operadoras de salas de cinema.
Se os componentes necessários aos filmes em 3-D, entre os quais revestimento em prata da tela, forem acrescentados ao orçamento, o custo aumenta em ainda outros US$ 20 mil, mas os benefícios adicionais se tornam evidentes de imediato, disse Michael Lewis, presidente da Real-D, a empresa que domina o mercado de projeção tridimensional.
Já há indícios de que o sistema oferece retornos nas bilheterias. Meet the Robinsons, um longa de animação da Disney, foi lançado em abril em 3,4 mil salas, 600 das quais (cerca de 18%) equipadas com projeção 3-D. As salas tridimensionais responderam por 30% das receitas no fim de semana de lançamento, de acordo com a Disney.
Na semana passada, a nova fase da experiência cinematográfica realizou um importante salto, quando Steven Spielberg e Peter Jackson assinaram com o estúdio Paramount DreamWorks para produzir e dirigir uma trilogia de filmes em 3-D protagonizados pelo intrépido herói belga dos quadrinhos Tintin.
E no sábado, quase uma hora de imagens em 3-D de um show do grupo de rock irlandês U2 foram exibidas no festival de Cannes.
Como demonstra U2 3D, a nova tecnologia tridimensional não se assemelha em nada ao 3-D usado em filmes do passado. O filme sobre a banda oferece à audiência a experiência palpável de estar presente, com a câmera rodeando o rosto de Bono e depois subindo em alta velocidade para mostrar a platéia de 60 mil pessoas.
E ainda que a nova versão continue a requerer que os espectadores usem óculos, não são mais os velhos modelos com uma lente vermelha e uma verde, mas esguios óculos de lentes escuras.
"Trata-se de uma experiência diferente, muito mais voyeurística", disse Jon Landau, produtor de Avatar, o ambicioso e caro filme de James Cameron sobre uma batalha entre alienígenas e humanos, atualmente sendo filmado em 3D usando uma combinação de animação em computador e tecnologia de captura de movimentos.
"A tela sempre foi uma barreira emocional para a platéia. Um bom sistema 3-D faz com que a tela desapareça. E quando ela o faz é como se a pessoa estivesse observando o mundo da janela", diz Landau.
Mas não se trata de uma visão completamente clara, por enquanto. Até agora, sistemas de projeção digitais foram instalados em 2,3 mil das 37 mil salas de cinema existentes nos Estados Unidos, e a projeção em 3-D só está disponível em 700 dessas salas.
Os proprietários de cinemas têm demorado a atualizar suas empresas com os dispendiosos projetores digitais, e não está claro ainda se a maioria dos espectadores norte-americanos estará disposta a pagar US$ 1 ou US$ 2 a mais por ingresso para assistir a filmes em 3-D.
Os filmes em 3-D floresceram inicialmente no começo dos anos 50, quando títulos como Bwana Devil, House of Wax e Melody, da Disney, apresentaram às platéias as delícias e os incômodos do uso dos óculos especiais. Mas devido a uma combinação entre complexidades tecnológicas, cansaço nos olhos e falta de longas-metragens atraentes, muitos dos filmes em 3-D eram produções de terror ou eróticas, o que sempre manteve esse formato de filmes à margem dos grandes mercados cinematográficos.
O surgimento dos filmes em formato Imax e os avanços tecnológicos dos últimos anos, no entanto, atraíram o interesse dos principais diretores de Hollywood. Cameron, que produziu o documentário Ghosts of the Abyss em 2003 no sistema Imax 3-D, está usando tecnologia de captura de movimentos e computação gráfica para produzir personagens realistas e mundos fantasiosos para Avatar.
O filme será lançado pela Twentieth Century Fox, a um custo estimado em US$ 200 milhões, em 2009. A versão principal do filme será a destinada às salas com projeção 3-D. (Landau contou que Cameron estudava os copiões diários do filme usando os óculos especiais.)
O público terá outra oportunidade de experimentar o novo método em Beowulf, drama de aventura dirigido por Robert Zemeckis, que sai em novembro pela Paramount e Warner Brothers, sempre que possível em cópia 3-D.
E a DreamWorks Animation SKG anunciou que todos os seus futuros filmes serão em 3-D, a partir dos lançamentos previstos para 2009.
"Creio que essa seja a maior oportunidade de renovar a experiência cinematográfica dos espectadores desde o advento dos filmes coloridos", disse Jeffrey Katzenberg, presidente-executivo da DreamWorks Animation, em mensagem de e-mail.
"Já faz mais de 60 anos que não temos uma grande inovação ou melhora da experiência dos espectadores nas salas de cinema". Ele previu que, a partir de 2009, "porcentagem significativa dos maiores filmes será produzida e exibida nesse formato".
O apoio cada vez mais amplo aos filmes 3-D entre os grandes diretores e estúdios de Hollywood surge em um momento crítico para o setor de cinema, que está enfrentando concorrência ampliada pelo tempo que os consumidores dedicam ao lazer, da parte de home theaters, videogames e da Internet. E o avanço resolve, ao menos temporariamente, os problemas gerados pelo próspero comércio de filmes piratas. Não é fácil gravar um filme em 3-D em uma sala de exibição, porque, a olho nu, a imagem é indistinta. E por enquanto não existe maneira de exibir em DVDE um filme tridimensional.
O avanço rumo aos filmes em 3-D também pode ser o ímpeto necessário a estimular as salas de exibição a substituir os projetores de filmes em película por modelos digitais, dizem os executivos do setor. Um projetor digital pode custar cerca de US$ 100 mil, quantia que se provou proibitiva para muitas das operadoras de salas de cinema.
Se os componentes necessários aos filmes em 3-D, entre os quais revestimento em prata da tela, forem acrescentados ao orçamento, o custo aumenta em ainda outros US$ 20 mil, mas os benefícios adicionais se tornam evidentes de imediato, disse Michael Lewis, presidente da Real-D, a empresa que domina o mercado de projeção tridimensional.
Já há indícios de que o sistema oferece retornos nas bilheterias. Meet the Robinsons, um longa de animação da Disney, foi lançado em abril em 3,4 mil salas, 600 das quais (cerca de 18%) equipadas com projeção 3-D. As salas tridimensionais responderam por 30% das receitas no fim de semana de lançamento, de acordo com a Disney.
Fonte:
The New York Times
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/225914/visualizar/
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