Sem refinarias, Petrobras Bolívia reduz quadro de funcionários em 40%
A empresa segue nos ramos de exploração e produção de gás no país, segundo o presidente da Petrobras Bolívia, José Fernando de Freitas, que concedeu entrevista coletiva à imprensa local, da qual o G1 participou na manhã desta terça-feira (22), em Santa Cruz de La Sierra. Nos outros setores, disse Freitas, a Petrobras seguirá atuando normalmente.
Barganha
A entrevista foi marcada para que Freitas esclarecesse pela primeira vez sobre a nacionalização das refinarias. Ele admitiu que a Petrobras aceitou a barganha do governo boliviano: queria US$ 153 milhões pelos ativos, mas concordou em receber US$ 112 milhões.
Segundo ele, a negociação foi mais prática e simples do que pareceu, incluindo apenas duas propostas por parte da Petrobras: "Uma primeira pedia US$ 153 milhões, mas não foi aceita. Na segunda, de US$ 112 milhões, líquidos e pagos em dinheiro, no exterior, foi aceita. O único pedido da Bolívia foi que aceitássemos o pagamento em duas vezes, o que foi aceito."
Funcionários
Dos 839 funcionários que a empresa tem até o momento, apenas 501 vão continuar ligados à Petrobras, sendo apenas 22 brasileiros. Outros dois brasileiros, que trabalham nas refinarias, vão passar a ser funcionários do governo boliviano, por exigência da Petrobras. Como parte do processo de venda, a empresa determinou que todos os 338 funcionários das refinarias deveriam ter estabilidade de dois anos.
A Petrobras diz ainda não saber exatamente qual vai ser o tamanho da empresa no país a partir de agora. A empresa não revelou a previsão de faturamento e disse não ter concluído o plano de investimentos para este ano. No ano passado, o faturamento da empresa foi equivalente a 18% do PIB da Bolívia, e cerca de um quarto de toda a arrecadação de impostos do país.
Freitas disse que a venda da empresa de refinação por inteiro foi uma decisão da Petrobras, face à mudança na legislação boliviana, que exige que o Estado seja agora o principal acionista das empresas de refinação. "A medida da Bolívia inviabiliza a rentabilidade dos acionistas, caso nos tornássemos minoritários, por isso preferimos vender 100% da empresa de refinação", disse.
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