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Internacional
Terça - 22 de Maio de 2007 às 08:45

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A jovem, que o jornal chama pelo pseudônimo de Huang Xiaoling, estava há mais de um dia sem comer. Aparentemente, era filha adotiva de uma família pobre da cidade de Shenyang.

Na sexta-feira, dois parentes deram à jovem um iuane para comprar comida. Mas ela afirmou que com 50 centavos tinha o bastante, e se dirigiu a uma padaria.

O jornal conta que, ao ver um dos pãezinhos, a jovem ficou obcecada. Pegou o pão, que guardou em seu bolso.

Mas o proprietário do estabelecimento percebeu o furto e recriminou a jovem em público. Ela pediu desculpas e um dos clientes tentou pagar o pão, mas o dono da padaria continuou humilhando a menina durante uma hora, diante de todos os clientes que chegavam.

O padeiro informou o caso à escola de Huang. Assim, ela sofreu uma segunda humilhação em público, por parte de sua professora. No ensino chinês, é comum criticar e avaliar em público a atitude e resultados dos alunos, não só acadêmicos.

Quando Huang voltou para casa, não falou com ninguém, e começou a escrever uma nota.

Segundo a sua irmã adotiva, todos pensaram que ela estava fazendo seus deveres escolares. Na realidade, estava escrevendo uma nota de suicida.

"Sinceramente, não queria roubar o que não me pertencia. Já sei que cometi um erro, mas naquele momento estava com fome e não pude resistir à tentação do pão. Fiz o que não devia fazer. Não tenho honra suficiente para olhar as pessoas na cara, sinto vergonha pelos meus professores e companheiros. Adeus. Espero que possam me perdoar", escreveu.

Não se sabe como Huang se matou, já que a família adotiva é tão pobre que não pode pagar a autópsia. Mas tudo indica que ela poderia ter utilizado um veneno.

O jornal relata os antecedentes da adolescente. Foi criada apenas pelo pai. Em 2003, ela se mudou para a capital provincial, Shenyang, para buscar trabalho. Mas descobriu que tinha problemas mentais quando começou a se perder sem motivo aparente.

Ao descobrir seu estado, o pai desapareceu e deixou a jovem nas mãos de uma família adotiva, também muito pobre.

A China registra a cada ano mais de 280 mil suicídios, quase 30% do total mundial e 28 vezes mais que nos Estados Unidos, segundo dados oficiais. Fontes consultadas pela Efe afirmam que o índice pode ser superior ao oficial.





Fonte: EFE

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