PF prepara desmonte de outra organização
Essa outra "segunda organização" teria atuação distinta, mas também caiu na malha da PF durante as investigações da Operação Navalha.
Relatório da Procuradoria Geral da República de 10 de maio, anexado ao inquérito da Operação Navalha, diz textualmente, embora não dê detalhes: "Na verdade, trata-se de dois grupos, com atuações distintas, sem correlação específica entre seus agentes".
Com isso, o Ministério Público solicitou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) o desmembramento da investigação, tendo sido atendido. A partir de então, os trechos da investigação que diziam respeito a esse "segundo grupo" foram cobertos com uma tarja preta no inquérito da Operação Navalha e formaram outro inquérito, que ainda não veio à tona e que também correria sob segredo de Justiça.
Empreiteira
Essa investigação também envolveria fraudes a licitações públicas e contaria com a participação de outra empreiteira e de outros políticos que até agora não tiveram os seus nomes envolvidos na suposta fraude da Gautama.
No sábado, a ministra do STJ Eliana Calmon, que preside as investigações, confirmou à Folha que a Operação Navalha, que já é uma ramificação iniciada de outra operação realizada na Bahia, no ano passado, foi desmembrada "em três pedaços", dando a entender que, além de um segundo grupo, há uma terceira ramificação da investigação.
"Essas investigações terminaram ficando muito grandes, passaram a envolver várias coisas, tanto que elas já foram repartidas em três pedaços, para não ficar uma coisa imensa", disse a ministra.
A parte que trata da construtora Gautama e da sua suposta rede de influência criminosa em ministérios, governos estaduais e prefeituras veio à tona na última quinta-feira com a decretação da prisão de 48 pessoas, entre elas o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares e o então superintendente de Produtos e Repasse da Caixa Econômica Federal, Flávio José Pin.
A prisão do atual governador do Maranhão, Jackson Lago, foi pedida mas o Superior Tribunal Justiça não autorizou.
Essa é a parte que a PF classifica como "fase ostensiva da investigação", quando são efetuadas as prisões e são feitas as buscas e apreensões nas casas e escritórios dos suspeitos.
A outra suposta organização criminosa investigada ainda seria alvo da fase não-aberta, quando os suspeitos são monitorados principalmente por meio de grampos telefônicos, de escuta ambiental e de acompanhamento por parte dos agentes federais.
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