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Nacional
Terça - 22 de Maio de 2007 às 07:58

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O ministro é um dos investigados da Operação Navalha, que revelou um suposto esquema de pagamento de propinas no governo e favorecimento de empresas para realização de obras públicas. Mais de 40 pessoas já foram presas.

Fontes ligadas ao ministro afirmam que ele pode renunciar ainda nesta terça-feira, após retornar da viagem ao Paraguai.

Durante a viagem, no entanto, o ministro negou qualquer envolvimento.

"Causa indignação este pré-julgamento. É uma coisa horrível", afirmou o ministro em Assunção, onde integrou a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita ao Paraguai.

"Eu não posso aceitar isso (as suspeitas). Tenho toda uma história e uma biografia a zelar que está acima do cargo e acima de tudo. Isso é um processo altamente nocivo", disse o ministro.

'Assuntos internos'

O presidente Lula se recusou a comentar o caso quando foi questionado na entrevista coletiva em Assunção, ao lado do presidente paraguaio, Nicanor Duarte Frutos.

"Não falo de assuntos internos", afirmou Lula. "Daqui a três ou quatro horas estarei do lado brasileiro de Itaipu e daí vocês podem fazer todas as perguntas que quiserem sobre o Brasil", disse ele.

Lula se encontrou com o ministro nesta segunda-feira de manhã, antes dos compromissos do dia, mas a conversa não foi divulgada.

O ministro Silas Rondeau chegou a Assunção no domingo à tarde, num avião separado do avião que trazia o presidente – os ministros vieram de Brasília e o presidente veio de Foz do Iguaçu.

Já no domingo, o ministro tentou evitar a imprensa, mas acabou falando sobre as acusações, antes mesmo da divulgação das gravações pelo programa Fantástico, da TV Globo.

Na reportagem da televisão, uma câmera interna do ministério de Minas e Energia mostra uma suposta funcionária da empresa Gautama – empresa acusada de ser favorecida pelo governo – entrando no gabinete de Rondeau.

O programa Luz para Todos, do ministério, está sendo investigado pela Polícia Federal.

"Boatos"

Rondeau disse que "não se deve julgar por boatos" e negou que Sérgio Sá, um dos envolvidos no suposto esquema, seja seu assessor no Ministério.

"Não existe assessor no ministério com o nome de Sérgio Sá", afirmou.

"O meu chefe de gabinete não é o assessor supostamente envolvido no problema. O suposto assessor não é do ministério de Minas e Energia. Nós tomamos todas as providências que o ministro tem que tomar em um momento destes. Este assunto está sendo muito bem conduzido."

Questionado sobre se estaria à vontade para continuar no cargo, ele disse que sim, "até o momento em que o presidente, que é o dono do cargo, decida sobre isso".

"Eu não tenho absolutamente nada a temer em um processo como este. Estou absolutamente convicto de que não existe nada que venha a comprometer. E isso aí será provado na Justiça."





Fonte: BBC Brasil

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