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Internacional
Terça - 22 de Maio de 2007 às 07:07

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Os países desenvolvidos devem liderar a luta contra as alterações climáticas e contra o aquecimento global, defendeu nesta terça-feira Tang Jiaxuan, o conselheiro de Estado chinês responsável pelas relações diplomáticas de Pequim.

A China está disposta a desempenhar um papel na luta contra o aquecimento global, mas é aos países desenvolvidos que cabe resolver o problema, disse Tang, durante um encontro com Han Seung-Soo, enviado das Nações Unidas à capital chinesa.

Os países em vias de desenvolvimento, como a China, devem ter oportunidade de experimentar um processo de "desenvolvimento sustentável", completou Tang.

"Os países desenvolvidos devem liderar a luta na redução da emissão de gases de efeito estufa [responsáveis pelo aquecimento global] e devem fornecer assistência aos países em vias de desenvolvimento em termos de tecnologia e capital", considerou o conselheiro de Estado.

As declarações do responsável chinês seguem-se à recente divulgação de um estudo no qual a Agência Internacional de Energia (AIE) conclui que a China deverá ultrapassar este ano os Estados Unidos como maior emissor de gases de efeito de estufa.

Cálculos anteriores da AIE previam que a China ultrapassaria os EUA apenas em meados de 2010, mas com o rápido crescimento da economia chinesa, que atingiu 10,7% em 2006, a agência reviu suas previsões.

As pressões para que Pequim tenha um maior papel no combate às alterações climáticas têm, por isso, ficado mais fortesforça, mas Tang Jiaxuan insistiu na responsabilidade dos países mais industrializados.

"Os países desenvolvidos tem a responsabilidade e a capacidade para contribuir mais para a luta contra as alterações climáticas", disse o responsável chinês, citado pela agência de notícias oficial Xinhua.

Tang reforçou, no entanto, os esforços da China para aumentar a eficiência energética do país e para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

"Só quando os países desenvolvidos e os países em vias de desenvolvimento derem as mãos é que o problema das alterações climáticas pode ser fundamentalmente resolvido", afirmou.

Em 2006, a China emitiu 5,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, enquanto os EUA emitiram 5,9 bilhões de toneladas, segundo cálculos da AIE, que prevê que em 2007 a China emita seis bilhões de toneladas.

Pequim, que não tem na primeira fase do Protocolo de Quioto metas obrigatórias de redução de emissões de gases de efeito estufa, continua a rejeitar a assinatura de um compromisso vinculativo após o fim da primeira fase do protocolo em 2008, defendendo que só os países desenvolvidos é que devem estar sujeitos a metas de redução obrigatórias.

O governo chinês definiu para 2006 um objetivo de reduzir o consumo de energia em 4% por unidade de Produto Interno Bruto (PIB) e cortar as emissões de gases poluentes em 2%, mas não conseguiu atingir estas metas.

Pequim anunciou também metas de redução de emissões em cerca de 20% até 2010, mas em 2006 a emissão de poluentes ainda aumentou cerca de 1,5%.

A China, que constrói uma central energética a carvão por semana, tem também uma baixa eficiência energética, consumindo 15% da energia mundial para produzir 5,5% do PIB mundial.





Fonte: Agência Lusa

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