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Internacional
Terça - 22 de Maio de 2007 às 05:40

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A organização internacional de direitos humanos Memorial anunciou hoje que exigirá na Justiça russa a reabilitação das vítimas de Katin, localidade da Rússia onde foram executados pelo menos 22 mil oficiais e civis poloneses nos primeiros dias da Segunda Guerra Mundial.

"Queremos que o tribunal reconheça que os prisioneiros poloneses executados foram vítimas de repressão política. Esperamos que a queixa seja atendida pelo sistema judiciário russo e não tenhamos que recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos", disse Helena Zhemkova, diretora da Memorial na Rússia.

Em 1940, o Exército vermelho transportou milhares de militares poloneses para os campos de concentração de Kozielsko, Starobielsk e Ostaszkov, conhecidos genericamente como Katin, perto da cidade russa de Smolensk. Eles foram executados com tiros na nuca.

"A reabilitação das vítimas da repressão é um de nossos objetivos e consideramos que a verdade sobre o fuzilamento dos 22 mil prisioneiros de guerra poloneses deve ser revelada", ressaltou Zhemkova.

O massacre de Katin foi negado durante meio século pela União Soviética, que culpava as tropas alemãs. Só em 1989 o líder soviético Mikhail Gorbachov reconheceu a responsabilidade pelo caso.

Em 1992 o primeiro presidente russo, Boris Yeltsin, entregou ao então chefe de Estado polonês, Lech Walesa, documentos que provavam o massacre de dezenas de milhares de militares e civis poloneses em Katin.

A tragédia de Katin, cuja investigação as autoridades comunistas polonesas jamais permitiram, é um dos assuntos históricos mais delicados nas atuais relações entre Moscou e Varsóvia.

Em março de 2005, a Promotoria Militar da Rússia negou que o massacre de Katin tenha sido um ato de "genocídio do povo polonês" como sustenta o Instituto de Memória Nacional da Polônia.

Segundo o historiador polonês Piotr Zaron, além das vítimas de Katin, ainda é preciso descobrir o destino de 140 mil poloneses capturados pelo Exército Vermelho após a invasão da Polônia, em setembro de 1939.





Fonte: EFE

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