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´Se houve incúria, responsáveis serão punidos´, diz Rondeau
FOZ DO IGUAÇU - O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, passou o dia tentando se defender das acusações de envolvimento na máfia de desvio de recursos das obras públicos, que já prendeu 47 pessoas entre políticos, empresários e funcionários públicos (veja lista). No final do dia, em mais uma tentativa, disse: "se houve incúria, os responsáveis serão punidos", ressaltou, sem se ater especificamente à acusação sobre sua eventual participação no caso.
O ministro acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem ao Paraguai para assinatura de acordos sobre energia. Rondeau disse que despachará nesta terça-feira, dia 22, em Brasília com o presidente Lula, para tratar dos resultados das investigações da Polícia Federal sobre o esquema nas fraudes.
"As acusações são gravíssimas no processo como um todo. Precisam ser apuradas. Nós não podemos deixar a sociedade sem essa resposta", reforçou. O ministro afirmou também que determinou a abertura de uma auditoria especial e processo administrativo disciplinar.
Mais cedo, Rondeau já havia negado envolvimento no esquema de fraudes em licitações de obras públicas. Ele disse que enfrenta um prejulgamento "horrível", diante das suspeitas da Polícia Federal de que ele estaria envolvido.
"Eu não posso aceitar isso. Tenho toda uma história e uma biografia a zelar, que estão acima do cargo e acima de tudo", afirmou o ministro. "Me causa indignação, porque esse prejulgamento é uma coisa horrível. Acho isso um processo extremamente nocivo e cabe à Justiça confirmar e esclarecer".
O ministro também se disse à vontade para permanecer no cargo, por não ter o que temer. "Estou absolutamente convicto de que não existe nada que venha comprometer (minha situação), e isso aí vai ser provado na Justiça". Segundo fontes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já discute com assessores a conveniência da saída de Rondeau.
Ligações
Na última quinta-feira, quando a operação foi deflagrada, dois assessores do ministério (Sérgio Luiz Pompeu de Sá e o chefe de gabinete Ivo Almeida Costa) foram presos. O segundo foi exonerado no mesmo dia.
No fim de semana, imagens e diálogos veiculados pela imprensa reforçaram a suspeita de que o ministro esteja envolvido, pois teria recebido propina de R$ 100 mil da construtora Gautama, do empresário Zuleido Veras (também preso) por facilitar licitações do programa Luz Para Todos.
Outra prisão que resvalou no Ministério de Minas e Energia foi do diretor-presidente da Companhia Energética do Piauí (Cepisa), Jorge Targa Juni, empresa vinculada à Eletrobrás. Rondeau determinou seu afastamento na quinta-feira.
Entenda a Operação Navalha
A Operação Navalha teve início na última quinta-feira, 17, para investigar fraudes em licitações de obras públicas - incluindo projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Luz Para Todos. O esquema envolve empresários, políticos e funcionários públicos.
Dos 47 presos, oito já estão em liberdade, entre eles o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares. O esquema de desvio de verbas movimentou R$ 170 milhões em três anos sob a liderança do empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama.
O Ministério Público deve oferecer o benefício de delação premiada a Zuleido caso o empresário queira contribuir com as investigações. O STJ determinou o bloqueio de contas e a indisponibilidade dos bens dos acusados.
Segundo a PF, o esquema foi iniciado pelo sócio-diretor da Construtora Gautama Ltda., Zuleido Soares Veras, preso na operação, que articulou uma rede de empregados, sócios e lobistas, que cooptavam funcionários públicos de diversos escalões nos níveis federal, estadual e municipal. A quadrilha atuava desde a aprovação até o pagamento das obras.
O ministro acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem ao Paraguai para assinatura de acordos sobre energia. Rondeau disse que despachará nesta terça-feira, dia 22, em Brasília com o presidente Lula, para tratar dos resultados das investigações da Polícia Federal sobre o esquema nas fraudes.
"As acusações são gravíssimas no processo como um todo. Precisam ser apuradas. Nós não podemos deixar a sociedade sem essa resposta", reforçou. O ministro afirmou também que determinou a abertura de uma auditoria especial e processo administrativo disciplinar.
Mais cedo, Rondeau já havia negado envolvimento no esquema de fraudes em licitações de obras públicas. Ele disse que enfrenta um prejulgamento "horrível", diante das suspeitas da Polícia Federal de que ele estaria envolvido.
"Eu não posso aceitar isso. Tenho toda uma história e uma biografia a zelar, que estão acima do cargo e acima de tudo", afirmou o ministro. "Me causa indignação, porque esse prejulgamento é uma coisa horrível. Acho isso um processo extremamente nocivo e cabe à Justiça confirmar e esclarecer".
O ministro também se disse à vontade para permanecer no cargo, por não ter o que temer. "Estou absolutamente convicto de que não existe nada que venha comprometer (minha situação), e isso aí vai ser provado na Justiça". Segundo fontes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já discute com assessores a conveniência da saída de Rondeau.
Ligações
Na última quinta-feira, quando a operação foi deflagrada, dois assessores do ministério (Sérgio Luiz Pompeu de Sá e o chefe de gabinete Ivo Almeida Costa) foram presos. O segundo foi exonerado no mesmo dia.
No fim de semana, imagens e diálogos veiculados pela imprensa reforçaram a suspeita de que o ministro esteja envolvido, pois teria recebido propina de R$ 100 mil da construtora Gautama, do empresário Zuleido Veras (também preso) por facilitar licitações do programa Luz Para Todos.
Outra prisão que resvalou no Ministério de Minas e Energia foi do diretor-presidente da Companhia Energética do Piauí (Cepisa), Jorge Targa Juni, empresa vinculada à Eletrobrás. Rondeau determinou seu afastamento na quinta-feira.
Entenda a Operação Navalha
A Operação Navalha teve início na última quinta-feira, 17, para investigar fraudes em licitações de obras públicas - incluindo projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Luz Para Todos. O esquema envolve empresários, políticos e funcionários públicos.
Dos 47 presos, oito já estão em liberdade, entre eles o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares. O esquema de desvio de verbas movimentou R$ 170 milhões em três anos sob a liderança do empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama.
O Ministério Público deve oferecer o benefício de delação premiada a Zuleido caso o empresário queira contribuir com as investigações. O STJ determinou o bloqueio de contas e a indisponibilidade dos bens dos acusados.
Segundo a PF, o esquema foi iniciado pelo sócio-diretor da Construtora Gautama Ltda., Zuleido Soares Veras, preso na operação, que articulou uma rede de empregados, sócios e lobistas, que cooptavam funcionários públicos de diversos escalões nos níveis federal, estadual e municipal. A quadrilha atuava desde a aprovação até o pagamento das obras.
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/226138/visualizar/
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