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Internacional
Segunda - 21 de Maio de 2007 às 19:48

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se comprometeu hoje, em sua primeira visita oficial ao Paraguai, a eliminar os impedimentos à entrada de produtos estrangeiros no Brasil, para diminuir o déficit comercial do Paraguai e de outros países da região.

Diante do governante paraguaio, Nicanor Duarte, Lula disse que instruiu os oito ministros que lhe acompanham em Assunção a "fazer todos os sacrifícios, e eliminarem todas as barreiras possíveis" à entrada dos produtos de Paraguai, Bolívia, Uruguai e Argentina ao mercado brasileiro.

"Fomos eleitos para atender a um conjunto de interesses das nações que representamos", disse Lula, que incentivou o presidente paraguaio a buscar uma solução para os problemas bilaterais com a "capacidade de convergência", e não de "divergência".

Em seu discurso no Palácio do Governo, onde trocou elogios com Duarte, Lula também defendeu seu projeto de biocombustíveis, e convidou o Paraguai a aderir ao plano.

"Países da América Latina e da África serão, no século XXI, o que os países do Oriente Médio foram no século XX, por suas reservas de petróleo", afirmou.

Em declaração assinada pelos dois chefes de Estado, destaca-se que "a associação em biocombustíveis" constitui "um passo fundamental rumo à integração das cadeias produtivas dos membros do Mercosul".

O documento ressalta que a aliança estratégica nesse campo, selada em documento assinado pelos dois países, pretende impulsionar "a produção, a industrialização e a comercialização do etanol e do biodiesel no Paraguai".

Os combustíveis de origem agrícola estão em fase de testes no Paraguai, enquanto o Brasil aposta no programa, que conta com o apoio do presidente americano, George W. Bush.

Para destacar o acordo, os dois presidentes participaram da inauguração de um fórum sobre combustíveis alternativos, que reunirá empresários e especialistas do Brasil e do Paraguai esta semana.

As duas nações também assinaram hoje um convênio para promoção de comércio e investimentos de empresas brasileiras no Paraguai, e outro sobre saúde animal, que inclui o combate à febre aftosa na região fronteiriça.

"É a primeira visita oficial do presidente Lula, em um momento crucial não somente para nossas relações bilaterais, mas também para a região", disse Duarte, ao explicar que os acordos englobam as áreas comercial, política, econômica, cultural, científica e tecnológica.

Durante o encontro, Lula também falou com Duarte sobre a construção de uma segunda ponte sobre o Rio Paraná, próximo a Ciudad del Este, que faz fronteira com Foz do Iguaçu, para melhorar a circulação de pessoas e mercadorias entre as duas cidades.

Também foi acertado um prazo de 30 dias para definir as regras do comércio entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, na área da Tríplice Fronteira, diante das reivindicações dos paraguaios contra os impedimentos impostos pelo Fisco brasileiro aos compradores, conhecidos como "sacoleiros".

Lula chegou ontem ao Paraguai e cumpriu uma extensa agenda, que termina hoje, com sua participação, ao lado de Duarte, da inauguração das duas últimas turbinas da hidroelétrica de Itaipu.

"Sabemos que Itaipu é a carta de apresentação de nossa relação bilateral, e um fator de desenvolvimento que faz com que olhos vigilantes estejam atentos à sua administração e ao cumprimento das obrigações contraídas no tratado de 1973", afirmou Duarte.

O presidente do Paraguai pediu a revisão do tratado que regula a administração da usina, a maior em funcionamento no mundo, mas Lula reafirmou que o tema não fazia parte de sua agenda de Governo.

No entanto, prometeu "contribuir para que a economia do Paraguai cresça e utilize toda a energia que Itaipu produz".

Dirigentes da oposição afirmam que o fato de o tradicional ato no Congresso ter sido excluído da agenda de Lula se deve ao fato de que o presidente brasileiro sabe que a maioria dos parlamentares paraguaios critica a atual situação de Itaipu.




Fonte: EFE

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