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Segunda - 21 de Maio de 2007 às 11:03
Por: Maria Nascimento

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Da mesma forma que o mundo voltou-se para a elevação da produtividade da terra há meio século, quando as fronteiras agrícolas desapareceram, agora também voltar-se à elevação da produtividade hídrica. A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. Hoje já se pode afirmar que controlar o uso da água significa deter poder. A escassez de água passou a ser problema constante na pauta de discussões em todo o mundo. Em Mato Grosso não é diferente. A preocupação levou o deputado estadual Juarez Costa (PMDB) a apresentar no legislativo uma proposta de racionalização do uso do produto.

No projeto de lei 197/07, o parlamentar institui medidas para garantir a redução no consumo e a racionalização do uso da água no âmbito de nosso estado. Por ele, fica proibida a utilização de água tratada canalizada para lavagem de calçadas e veículos automotores em Mato Grosso. “Proibir a utilização de água tratada canalizada na lavagem de calçadas e veículos automotores minimiza o desperdício e evita o mau uso dos recursos hídricos que podem acarretar danos ambientais irreversíveis”, disse Costa.

Pelo projeto, a limpeza de calçadas somente deverá ser feita através de varredura e recolhimento de detritos, ou através da utilização de baldes, panos molhados ou escovão, sendo expressamente vedada lavagem com água tratada canalizada exceto em casos que sejam imprescindíveis à eliminação de material contagioso ou outros que traga dano à saúde. Para fins da Lei proposta, define-se água tratada como aquela fornecida pelas companhias de abastecimento público de água, dentro de parâmetros químicos e biológicos indicados para consumo humano.

A água é um recurso finito, escasso e extremamente valioso. É dever do estado e da sociedade zelar por esse bem e, conseqüentemente por um meio ambiente que propicie uma maior qualidade de vida coletiva agora e para as futuras gerações, disse Juarez complementando ainda que “em tempos de aquecimento global e preocupação com o meio ambiente, é preciso conscientizar a população de que a água potável é um recurso natural não renovável e todo e qualquer tipo de esbanjamento configura-se em verdadeira agressão ambiental e ao ser humano”.

Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo doméstico. Ainda, um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não têm acesso à água tratada. E, um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico. Diante desses dados, temos a triste constatação de que dez milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água. Vivemos num mundo em que a água se torna um desafio cada vez maior.

Ainda segundo a Unicef, a cada ano, mais 80 milhões de pessoas clamam por seu direito aos recursos hídricos da Terra. Infelizmente, quase todos os três bilhões (ou mais) de habitantes que devem ser adicionados à população mundial no próximo meio século nascerão em países que já sofrem de escassez de água. E o pior, Já nos dias de hoje, muitas pessoas nesses países carecem do líquido para beber, satisfazer suas necessidades higiênicas e produzir alimentos.





Fonte: Secretaria de Comunicação

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